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Babosa na água do gado: entenda por que essa prática é arriscada

A prática de colocar babosa na água do gado voltou a ser tema de discussão entre pecuaristas, especialmente após o relato de um produtor do Maranhão que recordou o uso da planta no bebedouro de galinhas. Mas será que essa sabedoria popular também vale para bovinos? Quer saber se a babosa pode realmente trazer benefícios ou riscos para seu gado? Assista ao vídeo abaixo e descubra a verdade com o especialista!

O médico-veterinário Fernando Loureiro, especialista em qualidade da água para o rebanho, esclareceu essa dúvida no programa Giro do Boi.

Segundo ele, embora a babosa (ou aloe vera) tenha uso reconhecido na medicina alternativa e em cosméticos, não há qualquer embasamento científico que comprove benefícios para o gado quando adicionada à água.

Além da ineficácia comprovada, Loureiro alerta para os riscos sérios à saúde animal. Isso porque a babosa, como qualquer matéria orgânica colocada nos bebedouros, entra em decomposição.

Esse processo cria um ambiente ideal para a proliferação de bactérias e protozoários, o que pode causar diarreia, distúrbios no trato gastrointestinal e comprometimento na absorção de nutrientes. O especialista afirma que a prática pode resultar mais em prejuízos do que em ganhos para o pecuarista.

Riscos da decomposição e importância da higiene

Detalhe da babosa. Foto: CanvaDetalhe da babosa. Foto: Canva
Detalhe da babosa. Foto: Canva

É importante lembrar que o simples fato de colocar folhas, farelos ou restos orgânicos nos bebedouros aumenta a carga de sujeira e exige ainda mais cuidado com a limpeza.

Segundo Loureiro, mesmo que a intenção seja ajudar, o uso de babosa não substitui uma boa higienização — pelo contrário, acelera a contaminação da água e aumenta o risco de doenças.

O acúmulo de matéria orgânica no fundo dos bebedouros se transforma rapidamente em substrato para microrganismos patogênicos, impactando negativamente a produtividade do gado.

A recomendação, portanto, é manter os bebedouros sempre limpos e com água de boa qualidade. Isso inclui esfregar as paredes internas e o fundo para remover lodo e microalgas, além de eliminar qualquer resíduo acumulado, como insetos e farelos.

Segundo o especialista, água pura é tão importante quanto ração de qualidade para garantir o ganho de peso e a saúde do rebanho.

Uso de cloro pode ajudar no tratamento da água

Foto: Divulgação

Para reduzir a frequência de lavagens e manter a água potável por mais tempo, Fernando Loureiro recomenda o uso de produtos à base de cloro, já consagrados no tratamento da água humana e animal.

Essa prática garante que o rebanho tenha acesso a uma água livre de vírus, bactérias e protozoários, com segurança comprovada. Loureiro reforça que o uso de cloro é preferível ao uso de substâncias sem comprovação científica, como a babosa, por ser mais eficiente e seguro.

Por fim, o veterinário reforça que o bem-estar animal começa pela água. Não é necessário recorrer a práticas antigas sem respaldo técnico quando há soluções eficazes e de baixo custo à disposição.

A busca por produtividade no campo passa, cada vez mais, pela gestão baseada em ciência, não apenas em tradição. E quando o assunto é água de beber, menos é mais: água limpa, tratada e fresca, sempre.

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