O Bahia inaugurou o CT Evaristo de Macedo em 2020, mas mudará de endereço em menos de uma década. Em Salvador, a manhã desta segunda-feira (20) marcou um momento de inflexão na trajetória do tricolor. Ao lado do governador da Bahia, Ferran Soriano — CEO do City Football Group — apresentou o projeto de um novo Centro de Treinamento para o clube. O investimento, que alcança R$ 300 milhões, visa elevar o clube a um patamar de excelência internacional.
Batizado de City Football Academy Bahia, o empreendimento será erguido em uma área de 560 mil metros quadrados na Via Metropolitana Camaçari – Lauro de Freitas, a aproximadamente 15 minutos do Aeroporto de Salvador e cerca de 40 minutos da Arena Fonte Nova.
A estrutura promete ser imponente: doze campos de futebol, um mini-estádio com capacidade para mil pessoas, um hotel voltado aos atletas, alojamentos para a base e um centro administrativo. Soriano afirmou que o local será “de alta performance” e “ao nível mais alto do mundo”, destacando que não haverá desculpas para que os atletas não alcancem o topo.
O novo CT surge também como resposta à logística desfavorável do centro atual. O clube reconheceu que, em cada deslocamento, o elenco era penalizado — e é sabido que alguns jogadores se envolveram em acidentes a caminho dos treinos. Com o novo endereço, espera-se maior eficiência, menos desgaste e condições melhores para todos os elos da cadeia: profissional, feminino e base.
“O Centro de Treinamentos do Bahia é melhor do que os de muitos outros clubes brasileiros, mas queríamos um CT mais perto de Salvador. A nossa estratégia não mudou, pois sempre queríamos um equipamento de alto nível. O orçamento vai ser distinto, vamos investir mais dinheiro nesse novo projeto. Achamos que essa é a decisão correta”, disse Ferran Soriano.
O cronograma prevê quatro etapas: o planejamento e licenciamento ambiental em 2025; a terraplanagem em meados de 2026; e a construção propriamente dita a partir de 2027, com entrega prevista até o fim daquela temporada. Importante ressaltar: a obra está próxima a uma área de proteção ambiental, o que torna o cumprimento das etapas regulatórias ainda mais relevante.
Para o Bahia — integrante da rede global controlada pelo City Football Group — trata-se de um salto civilizatório. Soriano salientou que o clube passa a integrar centros espalhados pelo mundo, compartilhando metodologia, tecnologia e até inteligência artificial. A expectativa é que o CT seja o segundo maior da rede, logo atrás apenas de Manchester.
No pano de fundo desse imenso investimento, está uma ambição clara: reter os talentos baianos em solo estadual, oferecendo-lhes uma casa à altura dos grandes centros europeus para que não precisem mais procurar abrigo fora.
Em termos simbólicos, esse anúncio ecoa como um despertar. Para o Bahia, para o futebol da Bahia e para uma nova paisagem esportiva no Nordeste. Ali, entre campos e edifícios modernos, estará o futuro — não apenas do clube, mas de uma nova perspectiva sobre o futebol da região.