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Banco Central alerta para inflação acima da meta até 2029

O Banco Central do Brasil (BC) divulgou nesta quinta-feira, 26, o Relatório de Política Monetária referente ao segundo trimestre de 2025, em que alerta para a persistência da inflação e das pressões inflacionárias, além da necessidade de manter uma política monetária contracionista por um período prolongado.

Segundo o documento, mesmo com o recente recuo no curto prazo, as projeções continuam acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) até pelo menos o final de 2027, e as expectativas de inflação para os anos seguintes seguem desancoradas.

De acordo com o cenário de referência do Comitê de Política Monetária (Copom), a inflação acumulada em quatro trimestres deve permanecer entre 5,4% e 5,5% nos três primeiros trimestres de 2025, recuar para 4,9% no final do ano e atingir 3,6% em 2026 e 3,2% em 2027.

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A meta vigente desde janeiro de 2025 é de 3,0%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. “No horizonte relevante de política monetária, considerado como sendo o quarto trimestre de 2026, a inflação projetada é 3,6%”, afirma o relatório.

Apesar da queda das projeções para 2025 e 2026 — 0,2 ponto porcentual e 0,1 ponto porcentual, respectivamente —, o Copom expõe que não houve melhora nas expectativas de inflação para os anos seguintes. “As expectativas para a inflação continuam desancoradas para o período 2025-2029”, ressalta o texto.

O relatório também menciona que a inflação acumulada em doze meses aumentou de 5,06% em fevereiro para 5,32% em maio, e que os núcleos da inflação — indicadores que excluem itens mais voláteis — permanecem elevados.

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Embora a expectativa mediana para a inflação em 2025 tenha recuado, segundo o boletim Focus, “não houve melhora nas expectativas de inflação para horizontes mais longos”, que seguem acima da meta estabelecida.

A resiliência da atividade econômica e do mercado de trabalho, somada à pressão dos preços administrados e dos bens industriais, contribui para a dificuldade de convergência da inflação à meta. Em sua 271ª reunião, realizada em junho, o Copom decidiu elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 0,25 ponto porcentual, para 15% ao ano.

inflação - Prédio do Banco Central do Brasil, em alusão à nota sobre nova medida a ser realizada por bancosinflação - Prédio do Banco Central do Brasil, em alusão à nota sobre nova medida a ser realizada por bancos
Banco Central deve adotar uma estratégia de juro alto por período prolongado | Foto: Raphael Ribeiro/BCB

O comitê prevê que esse nível de juros será mantido por um “período bastante prolongado” para garantir a convergência da inflação. “Exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado”, afirma o documento.

O Copom também reiterou que está atento ao impacto da política fiscal sobre a política monetária e os ativos financeiros. Apesar de sinalizar a possibilidade de interromper o ciclo de alta de juros, o comitê enfatizou que poderá retomar os ajustes caso julgue necessário.

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