
O volume de produção da agroindústria brasileira caiu 2,1% em agosto na comparação com o mesmo mês de 2024. No acumulado do ano, a retração é de 0,5%, segundo o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) divulgado pelo FGVAgro nesta segunda-feira (27).
Os setores de Bebidas e Produtos Não-Alimentícios registraram as maiores quedas no mês. O segmento de Bebidas caiu 4,9%, com destaque para as bebidas alcoólicas, que tiveram retração de 11,8%, atingindo o menor nível de produção desde 2014. A queda ocorreu antes dos casos de contaminação por metanol, registrados em setembro.
Produtos Não-Alimentícios registraram redução de 4,2%, puxada principalmente pela produção de biocombustíveis, que caiu 24,1%. Esse resultado representa a pior performance para o mês de agosto desde o início da série histórica, em 2003.
Desafios para o setor em 2025
Pesquisadores do FGVAgro destacam que a agroindústria enfrenta dificuldades em 2025 por fatores econômicos e políticos. A política monetária restritiva contribui para a desaceleração da economia, enquanto a valorização do real reduz a competitividade e as receitas de alguns produtos no mercado internacional.
Além disso, os efeitos do tarifaço dos EUA têm impacto direto e indireto sobre o setor. Parte da perda de receita veio da redução de embarques para o país norte-americano (efeitos de primeira ordem). Outra parte decorreu da deterioração das expectativas dos empresários, mesmo em segmentos considerados isentos da tarifa elevada anunciada em julho.
Perspectivas e atenção ao mercado internacional
Segundo especialistas, os efeitos combinados de política econômica interna e choques externos tornam o ambiente de negócios mais desafiador para produtores e indústrias. A recuperação da produção depende de ajustes na competitividade e na confiança dos empresários.
O cenário ressalta a necessidade de acompanhamento constante das tendências internacionais e das políticas comerciais, que influenciam diretamente a produção e a exportação de produtos agroindustriais brasileiros.


