A confusão generalizada que marcou o fim da luta entre Popó e Wanderlei Silva continua repercutindo pelo mundo inteiro. Agora, quem falou sobre o assunto foi Vitor Belfort. Ele, que originalmente estava escalado para o evento e reencontraria Wanderlei muitos anos após o primeiro confronto entre eles, lamentou o ocorrido, e, em entrevista à ESPN, revelou ter recebido uma mensagem de agradecimento do tetracampeão mundial de boxe.

“O Popó até me mandou uma mensagem. Achei muito legal da parte dele. ‘Poxa, obrigado por você ter ficado do meu lado’. Fiquei do lado dele em relação à luta, não do acontecimento da briga. Respeito muito o Popó, foi o segundo maior boxeador que o Brasil já produziu em termos de resultado. Achei absurdo o Wanderlei lutar daquele jeito”, iniciou.

O ex-campeão do UFC não escondeu que gostaria de subir no ringue contra Popó, mas evitou alimentar expectativas: “De repente ele queria que eu batesse com o Wanderlei. Estou com 98kg, não poderia passar. Não sei se comigo ele lutaria até 91kg. Adoraria boxear com ele, seria uma luta super legal, que venderia muito. Mas até isso acontecer tem muita coisa no meio do caminho. Não quero ficar criando expectativa.”

Belfort ainda respondeu às cutucadas que ouviu do baiano após a luta com Wand, quando o “convocou” para um desafio futuro.

“Da maneira que ele falou ali na hora… ‘Cadê você? Está fugindo?’. Isso não é real quando coloca numa negociação. Se ele lutou com o Wand até 98kg, pode lutar comigo até 91kg. Se topar, seria legal, poderia até dar uma reviravolta e mostrar que existe esporte. Mas até lá tem muita coisa para acontecer. Acho que tem muita punição que vai acontecer ainda. Eles vão analisar tudo isso.”

‘Foi um crime’

Sobre a briga que tomou conta do final do Spaten Fight Night, Belfort foi contundente ao criticar o episódio e alertar para o impacto negativo na imagem do esporte:

“Se todo mundo começar a pensar: ‘vou ganhar mais seguidores, vou ganhar mais likes’ fazendo isso, vira uma bagunça. Quando não tem lei, as pessoas viram criminosos. E foi aquilo, foi um crime ali. Tanto que eu saí na hora. Não aceito isso. Trabalhei muito para tirar a violência do jiu-jitsu, que antes era visto como coisa de marginal. Não podemos retroceder”, detalhou, com discurso semelhante ao que adotou no sábado passado, ainda no calor da emoção do evento.

O “Fenômeno” ainda sugeriu que os protagonistas do episódio têm a chance de transformar a confusão em aprendizado:

“Se a gente andar adiante, acho que o Wanderlei pode ser um grande cara que carrega isso. O Werdum também. De dar as mãos e falar: ‘cara, eu errei’. Reconhecer o erro, pagar pelo que fizeram e seguir em frente. Vai doer no bolso de quem está envolvido, mas se tiver consciência, podemos deixar um legado para a próxima geração não repetir isso.”