Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República, optou por não comentar diretamente a prisão da deputada federal Carla Zambelli, nesta quarta-feira, 30. Ao ser indagado por repórteres na chegada ao diretório do PL, o político permaneceu calado por alguns instantes e, em seguida, devolveu com a pergunta: “Tem censura no Brasil ou não?”.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira, 29, em Roma, na Itália. Ela havia deixado o Brasil no final de maio, depois de ser condenada a dez anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Antes de chegar à Itália, onde tem cidadania, a parlamentar passou pelos Estados Unidos. Seu paradeiro foi identificado em um apartamento em Roma, onde morava desde o início de junho. A Polícia Federal informou que localizou e prendeu Zambelli com apoio das autoridades italianas e da Interpol. Já a defesa da parlamentar disse que ela se entregou de forma voluntária.


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Restrições impostas a Bolsonaro pela Justiça
Bolsonaro está sob medidas cautelares desde a operação da Polícia Federal, realizada em 18 de julho. Por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, o ex-presidente utiliza tornozeleira eletrônica e enfrenta restrições, como a proibição de usar redes sociais, recolhimento domiciliar noturno entre 19h e 6h, além do impedimento de sair de casa aos fins de semana. Ele também está proibido de manter contato com outros investigados, incluindo o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), seu filho.
As medidas impostas a Bolsonaro também abrangem o veto ao uso de redes sociais, tanto diretamente quanto por terceiros.


A manifestação do ministro ocorreu depois de questionamento sobre o receio de Bolsonaro de que entrevistas pudessem resultar em sua prisão. Moraes alertou, em 24 de julho, que descumprimentos podem levar à prisão imediata. Advogados do ex-presidente alegaram que não houve violação das restrições e que Bolsonaro não controla as contas de terceiros.
No início da semana passada, Bolsonaro exibiu à imprensa a tornozeleira eletrônica e classificou o equipamento como “símbolo da máxima humilhação”. O ministro Moraes, posteriormente, solicitou explicações ao ex-presidente e reforçou que, se houver novo descumprimento das condições impostas, a prisão preventiva será decretada.