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Bolsonaro intervém para encerrar crise entre Eduardo e Tarcísio

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que atuou pessoalmente para apaziguar as divergências entre seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, depois de uma troca pública de críticas entre os dois.

“Hoje foi botada uma pedra em cima”, explicou Bolsonaro durante entrevista ao portal Poder360 nesta terça-feira, 15. “Conversei com o Eduardo e conversei com o Tarcísio. Tá tudo pacificado. O Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo.”

A controvérsia surgiu depois de Eduardo criticar Tarcísio por priorizar negociações econômicas com os Estados Unidos em detrimento da defesa pública de uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro. O ex-presidente minimizou o embate e elogiou o governador paulista: “Tarcísio é um tremendo de um gestor, uma pessoa fantástica que tá revolucionando São Paulo.”

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Bolsonaro também reconheceu que o filho, embora com “baita futuro político”, comete equívocos: “Ele acerta 90% das vezes, 9% fica no meio, 1% tá errando”. Apesar disso, reforçou que o momento exige união: “Vamos em frente, que o que importa é o futuro do nosso Brasil.”

Ao longo da entrevista, o ex-presidente atacou duramente as acusações de tentativa de golpe de Estado, feitas pela Procuradoria-Geral da República. Ele se disse alvo de “uma acusação completamente estapafúrdia” e comparou sua situação a “provar que não matou um marciano”.

Sobre a possibilidade de prisão, declarou que não cogita essa possibilidade. “Não fiz nada para perder a minha liberdade, é algo mais sagrado que nós temos”. Perguntado sobre estratégias de defesa, reforçou que já entregou os elementos que considera pertinentes e disse ser vítima de uma “perseguição implacável”.

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A entrevista também abordou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump. Bolsonaro afirmou não ter interferência direta, mas reconheceu que mantém diálogo com o republicano.

“Ele me tratava como um irmão”, disse, ao confirmar que gostaria de negociar pessoalmente com Trump, mas reclamou da retenção de seu passaporte: “Por que estou quase dois anos sem passaporte, meu Deus do céu?”

Ele também sugeriu que o presidente Lula contribuiu para o impasse comercial com os EUA, “porque ele provoca o tempo todo”. Entre as provocações citadas, mencionou a defesa de uma moeda alternativa ao dólar nos Brics e o alinhamento do governo brasileiro com Irã e Hamas.

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Apesar de inelegível, Bolsonaro afirmou que pretende registrar candidatura em 2026 para que o Tribunal Superior Eleitoral decida. “Para mim vai ser game over, isso vou ver lá na frente”, disse. Se impedido, não descartou apoiar outro nome, mas manteve o suspense: “Talvez, se tiver, no último dia.”

O ex-presidente também disse que pode continuar influente por meio de um Senado mais alinhado: “Se você me vê forte, você não me provoca”. Afirmou que trabalha para eleger até 44 senadores de direita em 2026 e que, com a maioria no Senado, teria mais poder que o presidente da República.

Perguntado se usaria essa força para pautar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal, desconversou: “Não queremos perseguir ninguém”. Em seguida, reforçou que deseja um Senado forte “pra equilibrar os poderes” e não para confrontos diretos: “Não quero um Senado forte pra perseguir quem quer que seja.”

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