Setembro traz marcos importantes para o agro brasileiro: o Dia da Árvore (21), o início da primavera (22) e o começo da nova safra de grãos no país. Para especialistas, essas datas simbolizam futuro, renovação e escolhas que impactam a produção agrícola e ambiental.
Segundo o head of agrobusiness da Terradot, Renato Rodrigues, esses marcos de setembro simbolizam renovação e escolhas que impactam o futuro da produção agrícola.
Safra recorde em setembro
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta a safra 2026 em 353,8 milhões de toneladas, superando o recorde da temporada passada. A soja deve alcançar 178 milhões de toneladas, mantendo o Brasil como maior produtor mundial.
O milho deve atingir cerca de 138 milhões de toneladas, enquanto o algodão caminha para mais de 4 milhões de toneladas. Arroz e feijão registram pequenas quedas, mas devem garantir o abastecimento interno.
Práticas sustentáveis
Rodrigues destaca que o Brasil não é apenas potência em volume de produção, mas também em tecnologia e práticas sustentáveis. Ele cita a integração lavoura-pecuária-floresta, presente em mais de 20 milhões de hectares, que alia produção e conservação ambiental.
“As árvores nos sistemas produtivos geram sombra, aumentam o bem-estar animal, fixam carbono, protegem nascentes e melhoram o microclima, aumentando a resiliência da lavoura e a produtividade por hectare”, afirma.
O especialista ressalta que, combinadas a práticas regenerativas como rotação de culturas, plantio direto, uso de bioinsumos, pó de rocha e manejo integrado de pragas, essas estratégias colocam o Brasil na vanguarda de um modelo de agricultura de baixo carbono e alta produtividade.
“Produzir mais é importante, mas o verdadeiro recorde que precisamos buscar está nos hectares recuperados, nas áreas reflorestadas, nas pastagens regeneradas e na biodiversidade preservada”, reforça Rodrigues.
Segundo ele, o país tem condições climáticas favoráveis para alinhar agricultura e pecuária à preservação de florestas, biomas nativos e unidades de conservação, como lembra a celebração dos 25 anos do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).
Para Rodrigues, esta safra representa mais do que grãos: é a oportunidade de semear ideias, compromissos e escolhas que podem consolidar o Brasil como grande potência agroambiental mundial.