O Ministério das Relações Exteriores divulgou nesta quarta-feira (16) carta enviada para o governo dos EUA sobre o tarifaço anunciada por Donald Trump no dia 9 de julho. No documento, autoridades brasileiras reforçam o pedido de negociação com os norte-americanos, ressaltando que o Brasil está em desvantagem na balança comercial com os EUA.
“O Brasil tem dialogado de boa-fé com as autoridades norte-americanas em busca de alternativas para aprimorar o comércio bilateral, apesar de o Brasil acumular com os Estados Unidos grandes déficits comerciais tanto em bens quanto em serviços, que montam, nos últimos 15 anos, a quase US$ 410 bilhões, segundo dados do governo dos Estados Unidos’, diz um trecho da carta.
Assinada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a carta destinada ao secretário de comercio dos EUA Howard Lutnick e ao representante de comércio dos EUA, Jamieson Greer, ressalta os impactos negativos da medida.
“A imposição das tarifas terá impacto muito negativo em setores importantes de ambas as economias, colocando em risco uma parceria econômica historicamente forte e profunda entre nossos países. Nos dois séculos de relacionamento bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos, o comércio provou ser um dos alicerces mais importantes da cooperação e da prosperidade entre as duas maiores economias das Américas”
A carta finaliza com a cobrança de uma resposta de uma proposta de negociação feita pelo governo brasileiro em 16 de maio de 2025.
“Com base nessas considerações e à luz da urgência do tema, o Governo do Brasil reitera seu interesse em receber comentários do governo dos EUA sobre a proposta brasileira. O Brasil permanece pronto para dialogar com as autoridades americanas e negociar uma solução mutuamente aceitável sobre os aspectos comerciais da agenda bilateral, com o objetivo de preservar e aprofundar o relacionamento histórico entre os dois países e mitigar os impactos negativos da elevação de tarifas em nosso comércio bilateral”, diz o trecho final do documento.