O Brasil oficializou neste domingo, 7, um pedido à China para que reavalie as restrições impostas à compra de carne de frango brasileira. A solicitação ocorreu durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve uma reunião bilateral com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang. O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, detalhou que esse tema dominou parte das conversas entre as delegações.
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Em declaração aos jornalistas, Fávaro explicou que aproveitou a oportunidade para insistir na necessidade de reconsiderar o embargo.
“Eu tive a oportunidade, por exemplo, durante a bilateral do presidente Lula com o primeiro-ministro chinês, [de pedir] para que eles pudessem já rever o posicionamento de restrição”, disse Fávaro.
Autoridades chinesas mantêm o embargo que começou em maio. Naquele mês, as autoridades brasileiras identificaram um foco de influenza aviária (H5N1) em uma granja comercial localizada no Rio Grande do Sul. A China se destaca como um dos maiores compradores de carne de frango do Brasil. O país ocupa a posição de principal exportador mundial desse alimento.


O Brasil também declarou o território livre da influenza aviária de alta patogenicidade no mês de junho
Em 18 de junho, o Ministério da Agricultura notificou a Organização Mundial de Saúde Animal sobre o encerramento do “vazio sanitário”. O governo brasileiro também declarou o território livre da influenza aviária de alta patogenicidade. Essa informação levou diversos países a suspender as restrições que haviam imposto ao produto brasileiro.
Mesmo com avanços diplomáticos, nove mercados permanecem com barreiras comerciais. Fávaro mencionou que três desses países sequer possuem laços comerciais relevantes com o Brasil. Outros seis seguem no centro das negociações prioritárias. Entre eles, estão China, União Europeia, Chile, Malásia e Peru, que ainda não retomaram plenamente as importações.
O Palácio do Planalto decidiu intensificar o trabalho diplomático para recuperar o fluxo de exportações. Fávaro afirmou que o governo já conseguiu derrubar boa parte das limitações. “Estamos dialogando com todos os parceiros. Já conseguimos reverter boa parte das restrições e seguimos trabalhando com os demais”, disse o ministro.