O Brasil se declarou livre da gripe aviária de alta patogenicidade nesta quarta-feira, 18, depois de cumprir o chamado vazio sanitário. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) notificou oficialmente a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre o fim do período de 28 dias sem novos casos em granjas comerciais.
A medida segue os protocolos internacionais e foi possível depois da conclusão da desinfecção da granja em Montenegro (RS). Foi lá que o país registrou, em 16 de maio, o primeiro e único caso de foco da doença em criação empresarial.
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O vazio sanitário teve início em 22 de maio e chegou ao fim sem novos registros. Oeste já havia antecipado que o Mapa anunciaria, ainda nesta quarta-feira, que estaria livre da doença.
A gripe aviária não afeta a carne de frango preparada, mas impacta diretamente a produção e as exportações. O Brasil é o maior exportador mundial e registrou US$ 9 bilhões em vendas externas de carne de frango em 2024.
A contaminação em Montenegro chegou a paralisar vendas para a China. O país é o principal destino do produto brasileiro, mesmo com a granja afetada não produzindo diretamente para abate.
A Secretaria de Defesa Agropecuária coordenou a notificação técnica à OMSA. O Mapa também iniciou a comunicação direta com os países que impuseram restrições temporárias às exportações brasileiras, visando a reabertura dos mercados.


“Chegamos hoje ao fim do vazio sanitário com a conclusão do foco e a emissão da autodeclaração pelo país de que está livre de gripe aviária em granjas comerciais”, afirmou Carlos Goulart, secretário de Defesa Agropecuária. Ele ressaltou que a medida fortalece a credibilidade do sistema sanitário e viabiliza a normalização das exportações.
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Já o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que “não se comemora uma crise”, mas que é necessário reconhecer “a robustez do sistema sanitário, que respondeu com transparência e eficiência.
“Seguimos todos os protocolos, contivemos o foco e agora avançamos com responsabilidade para uma retomada gradativa do comércio exterior, mostrando a força do serviço sanitário brasileiro”, completou Fávaro.