O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse neste sábado, 5, que os países do Brics avançaram no debate sobre a taxação de grandes fortunas. Ele revelou que o bloco deverá anunciar oficialmente neste domingo, 6, o apoio às negociações para uma convenção tributária coordenada pelas Nações Unidas. Essa sinalização sairá em forma de declaração conjunta.
“O Brics confirma sua vocação de defesa do multilateralismo ao manifestar apoio ao estabelecimento de uma Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Cooperação Internacional em Matéria Tributária”, disse Haddad, durante a abertura da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do Brics.
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Segundo o ministro, essa iniciativa representa um passo essencial para promover um sistema fiscal internacional supostamente mais justo. A intenção é garantir que as maiores fortunas do planeta “arquem com sua parcela justa de impostos”.
“Trata-se de um passo decisivo rumo a um sistema tributário global mais inclusivo, justo, eficaz e representativo — uma condição para que os super-ricos do mundo todo finalmente paguem sua justa contribuição em impostos”, destacou o ministro.


Os objetivos de Haddad
Haddad também disse que os membros do Brics estudam medidas para facilitar o comércio e ampliar investimentos dentro do bloco.
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Além disso, o ministro deve apresentar um documento chamado “Visão do Rio de Janeiro para o FMI”. Esse material servirá como um posicionamento conjunto a ser exibido nos principais fóruns de governança global, incluindo o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.
“Atuando juntos, podemos ampliar a voz dos países emergentes e em desenvolvimento no FMI”, alegou o ministro. “Podemos ainda promover uma governança mais justa e transparente dessa instituição que continua sendo fundamental como o centro da rede de proteção financeira global.”


O Brics, hoje formado por 11 países — Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã — realiza este encontro de ministros e presidentes de bancos centrais como preparação para a Cúpula de Líderes de Estado, que começou hoje.
Brics sem plateia
A cúpula do Brics está vazia e ocorre sob tensões diplomáticas. Ausências de peso, como a do chinês Xi Jinping e do russo Vladimir Putin, geram baixas consideráveis na reunião.
O evento carrega incertezas sobre ao menos dois pontos-chave da declaração final: a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a resposta coletiva aos recentes bombardeios contra instalações nucleares do Irã.
Veja a lista de quem faltou ao evento do Brics:
- Xi Jinping (China);
- Vladimir Putin (Rússia);
- Abdel Fatah Al-Sisi (Egito);
- Mohammed bin Salman (Arábia Saudita);
- Masoud Pezeshkian (Irã);
- Gustavo Petro (Colômbia); e
- Claudia Sheinbaum (México).

