Os concursos de qualidade dos cafés de Minas Gerais, promovidos pela Emater-MG, têm mudado a realidade de produtores no estado. A valorização dos lotes vencedores gera novas oportunidades de renda e consolida os campeonatos como uma vitrine importante para o mercado de cafés especiais.
Willem de Araújo, coordenador técnico da entidade, explica que o produtor mineiro entendeu a importância da qualidade. “Durante muito tempo o foco foi aumentar a produtividade, mas o produtor percebeu que investir em qualidade é o caminho para valorizar o produto”, afirma.
Segundo ele, os cafés premiados chegam a valer até três vezes mais que os lotes comuns. “Há casos de sacas que alcançam R$ 10 mil, graças à diferenciação e ao cuidado que o produtor dedica ao grão”, completa.
Plataformas digitais ampliam vendas
A comercialização online também tem impulsionado os resultados. Durante a pandemia, a Emater lançou a plataforma É do Campo, que conecta cafeicultores a consumidores em todo o país. “Nos surpreendeu a quantidade de cafés ofertados. É um canal ideal para quem produz pouco, mas investe em qualidade”, diz Araújo.
O coordenador destaca que as vendas virtuais abriram espaço para pequenos produtores oferecerem seus cafés diretamente a cafeterias e compradores internacionais. “Na internet, o café disputa espaço com produtos gourmet, como queijos e chocolates, mas continua sendo o carro-chefe das vendas”, ressalta.
Concursos abrem portas para novos produtores
Para o coordenador, os concursos são essenciais para dar visibilidade aos cafés de qualidade produzidos em pequenas propriedades. “Não adianta ter o melhor café do mundo se ninguém conhece. Os concursos municipais, regionais e estaduais ajudam a revelar esses tesouros e conectar produtores a novos mercados”, afirma.
Ele lembra que, em muitos casos, a participação nesses eventos é o primeiro passo para que pequenos cafeicultores estampem seu nome e sua história nas embalagens. “É motivo de orgulho. Esses concursos transformam a energia do campo em oportunidades reais de crescimento”, completa.
Neste ano, o 22º Concurso de Qualidade dos Cafés de Minas Gerais recebeu mais de 1.840 amostras, das quais 270 avançaram para a segunda etapa. Nesse sentido, segundo Araújo, o número reflete o engajamento crescente dos cafeicultores na busca por reconhecimento e valorização.