O Congresso Nacional se mobiliza para tentar conter a decisão dos Estados Unidos de impor uma tarifa de 50% sobre produtos do Brasil. O portal Metrópoles divulgou as informações neste sábado, 12.
Câmara e Senado articulam o envio de comitivas a Washington D.C. com o objetivo de abrir diálogo com parlamentares norte-americanos e reverter a medida anunciada por Donald Trump.
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A viagem deve ocorrer em setembro. Contudo, o tarifaço passa a valer já em 1º de agosto. A pressa aumentou depois de sinalizações da Embaixada dos EUA no Brasil, que vê espaço para articulação política entre os Legislativos dos dois países.
A iniciativa no Senado parte da Comissão de Relações Exteriores. A ideia ganhou força depois de uma sugestão feita por Gabriel Escobar, encarregado de negócios da embaixada norte-americana em Brasília. Para ele, o caminho mais eficaz para buscar soluções passa pela via legislativa.
Desta forma, a missão deve reunir senadores com interlocução internacional e perfil diplomático. A articulação ainda depende de definições de agenda e composição da comitiva.


Na Câmara dos Deputados, o movimento é liderado por Ronaldo Nogueira (Republicanos-RS). O parlamentar, que já atuou como ministro do Trabalho, apresentou um requerimento para criar uma comissão externa voltada exclusivamente à crise gerada pela taxação norte-americana.
A proposta prevê a formação de um grupo com oito deputados, que deve dialogar tanto com o governo Trump quanto com o Congresso dos EUA. O grupo ainda precisa de aval da Mesa Diretora da Câmara.
Líder do movimento na Câmara defende pragmatismo político
Ronaldo Nogueira defendeu a medida com um apelo à diplomacia. Segundo ele, a nova tarifa, mesmo depois de gestos de aproximação entre os governos, mostra que o país não pode abrir mão do diálogo institucional.
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“Em tempos de globalização e interdependência, o Brasil precisa de uma política externa madura, centrada em princípios e não em polarizações”, disse o parlamentar. “O episódio da taxação americana contra produtos brasileiros, mesmo diante de uma suposta amizade, mostra que, sem diálogo e pragmatismo, o país fica vulnerável.”