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Campanha da Fraternidade 2025 foi aberta hoje | Correio dos Campos

COM ASSESSORIAS – “A Campanha da Fraternidade nasceu como oportunidade para as pessoas que, no processo de conversão, desejam fazer um gesto concreto. A cada ano surge uma temática diferente. Este ano, é o tema do meio ambiente, da ecologia integral, da ecologia social. No mundo em que nós vivemos, a Campanha de Fraternidade é um convite a essa reflexão”, resumiu o bispo Dom Bruno Elizeu Versari, durante a abertura da Campanha da Fraternidade na Diocese de Ponta Grossa, na manhã desta quarta-feira (5), no claustro do Convento Bom Jesus, em Uvaranas.

O tema da Campanha da Fraternidade este ano é ‘Fraternidade e Ecologia Integral’, com o lema ‘Deus viu que tudo era muito bom’ (Gn 1,31)’. Dom Bruno lembrou que, com a celebração das cinzas, inicia-se o tempo quaresmal. “Recebemos as cinzas para marcar o início de um tempo de conversão, tempo de oração, tempo de penitência, de jejum como a Igreja nos ensina e nos orienta. Foi por muito muito tempo o espaço onde os bispos faziam a catequese para os fiéis e, em seguida, recebiam os sacramentos da iniciação à vida cristã. Sempre o tempo quaresmal foi para a Igreja um tempo intenso de conversão, de oração, de catequese”, contou o bispo.

De acordo com Dom Bruno, com o passar do tempo, começou a surgir a necessidade de realizar gestos concretos para manifestar a fé. “E como se manifesta a fé? Que gestos concretos podemos fazer? Por muito tempo as pessoas vão se perguntando. Em 1964, pela primeira vez, no Rio Grande do Norte, surge a primeira Campanha da Fraternidade. A comunidade quis fazer um gesto comum porque sozinho não conseguia fazer um gesto grande. Cada um fazia um gesto como sinal de conversão. E a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vê nisso uma oportunidade de fazer um gesto junto, um gesto de solidariedade por aqueles que mais necessitam. Assim nasce a Campanha da Fraternidade”, detalhou.

“Este ano, o tema é um texto fantástico baseado no primeiro capítulo de Genesis, que vai dizer que Deus criou um paraíso, as árvores, os rios, as aves… e colocou o homem como anfitrião, alguém para cuidar de tudo isso. O tempo foi passando e, hoje, nós nos perguntamos: o homem está cuidando bem do meio ambiente? Após o século dezoito, com a industrialização, o mundo se transformou, a necessidade de produção trouxe mudanças ao meio ambiente, ao clima. Tudo mudou e a pergunta que vem em nossa direção é: estamos cuidando do meio ambiente tão perfeito o que Deus criou? É isso que a Campanha da Fraternidade quer nos propor. As motivações, como já foi citado, foram os 800 anos da composição do Cântico das Criaturas de São Francisco de Assis e os dez anos da Encíclica Laudato Si’, mas também, no ano dois mil, a Carta da Terra, que chamou a atenção para o meio ambiente e para o mundo que nós vivemos. É nesse ambiente que a Igreja convida àqueles que desejarem manifestar como gesto concreto de conversão se inserir nesse processo. Através de gestos pequenos de reutilizar produtos, fazer o uso racional da água, cuidar do lixo, educar as pessoas para preservar o meio ambiente. Tudo isso é cuidar daquilo que a Bíblia cita que Deus criou e nos colocou como cuidadores”, enfatizou Dom Bruno.

A coordenadora diocesana da Campanha da Fraternidade, Márcia Simões, citou que, como nos outros anos, a Campanha da Fraternidade 2025 traz um tema social. “A Igreja não está alheia a nossa realidade, portanto, diante dos temas que afligem a sociedade este ano e já vêm nos interpelando há algum tempo, somos convidados a meditarmos e trabalharmos. O objetivo geral da Campanha é promover, em espírito quaresmal e em tempos de urgente crise socioambiental, um processo de conversão integral, ouvindo o grito dos pobres e da terra. E nos traz também vários objetivos específicos que vão nortear o nosso trabalho e a nossa meditação sobre o tema; reconhecer o caminho percorrido pelas ações que já existem, que já foram iniciadas com base na Encíclica Laudato Si. Temos aqui estandes com algumas iniciativas que já trabalham com a reciclagem do lixo, reciclagem do óleo e de apoio aos agricultores familiares”, exemplificou.

Ainda, prosseguiu Márcia, “denunciar os males do mundo, do modo de vida atual imposta ao planeta, vida de consumismo, de descartáveis, que está minando a vida na Terra; apontar as causas da grave crise climática global. Este processo de renovação, de cuidado com a vida, com a terra, com a casa comum, não é um processo a ser resolvido de uma hora para outra, mas é uma situação que vai depender do trabalho e da ação de todos. E que vai levar um certo tempo. Por isso, a urgência de iniciarmos o nosso trabalho, a nossa conscientização e mudança de vida para que possamos ter um mundo melhor para todos, também para as gerações futuras”, acrescentou.

Gesto concreto

A Igreja nos convida a fazer gestos concretos. “Desejamos no espaço da nossa Diocese plantar árvores nativas. Isso muitas pessoas podem ajudar. As que têm uma propriedade, as que podem proporcionar condições para esse plantio. Vamos pedir ajuda aos órgãos públicos para obter mudas de árvores, que precisam chegar aos que querem plantar. Gestos juntos porque juntos é possível fazer mais, é possível realizar grandes projetos. Vamos incentivar a coleta seletiva, que existe em Ponta Grossa, mas apoiar a separação dos produtos para serem reutilizados. Isso também é conversão, é mudança de vida. Compreender que eu vivo em um mundo em que o outro também vive e desfruta dele, um mundo não é uma cesta de lixo onde eu posso descartar aquilo que eu não uso. Temos que cuidar dele. E a Igreja convida a cuidar do mundo, cuidar de tudo o que Deus criou, ter esse zelo e conviver em harmonia”, enumerou o bispo Dom Bruno.

Domingo de Ramos

O bispo lembrou ainda que, no Domingo de Ramos, o cristão católico é chamado a contribuir com a Coleta da Solidariedade, no gesto concreto. “A coleta fazia parte da vida dos cristãos, de doar aquilo que conseguia economizar. O arrecadado na Coleta da Campanha da Fraternidade fica 60% aqui na Diocese, em projetos que vocês poderão ter acesso, conhecer de perto, e 40% vão para a ajuda nacional, para comunidades muito pobres que têm muita dificuldade, que têm necessidade de ajuda, atendendo o pedido de Jesus para socorrer o pobre, o necessitado. É um gesto de conversão, que marca um processo, o resultado de um caminho de volta para Deus, de penitência, de reconhecimento que eu vivo no mundo que Deus criou, o meu irmão é meu irmão e tem direito de viver em um mundo onde as coisas são bem cuidadas” enfatizou o bispo.

O Domingo de Ramos será no dia 13 de abril.

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