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Candidatos à presidência do Corinthians respondem perguntas enviadas pela ESPN

O Corinthians realizará nesta segunda-feira (25) a nova votação que escolherá o novo presidente do clube após o impeachment de Augusto Melo. André Castro, Antonio Roque Citadini e Osmar Stabile são os candidatos que confirmaram candidatura e estarão no pleito.

A definição do novo presidente acontecerá em eleição indireta no Conselho Deliberativo, considerando que apenas conselheiros vitalícios e trienais poderão votar, totalizando 299 eleitores aptos.

Quem vencer a eleição assumirá um mandato tampão até dezembro de 2026, quando uma nova eleição acontecerá no Corinthians para o triênio 2027-2029, mas desta vez aberta a todos os associados do clube.

A ESPN ouviu dos candidatos à presidência cinco perguntas centrais para a votação desta segunda-feira. Procurado para participar, Osmar Stabile, presidente interino do clube, preferiu não responder.

Veja abaixo as respostas de Antonio Roque Citadini e André Castro em perguntas que vão da SAF ao investimento no futebol.

1) Como um clube que deve R$ 2,5 bilhões pode competir contra rivais que hoje investem como Flamengo e Palmeiras?

  • André Castro: “Corinthians vive um momento delicado financeiramente, mas temos um projeto sólido para virar essa página. O aporte de US$ 1 bilhão que estamos estruturando com investidor estratégico permitirá reduzir de forma significativa essa dívida, organizar as finanças e garantir um orçamento competitivo para o futebol. Com responsabilidade e gestão profissional, é possível sim colocar o Corinthians novamente no topo, competindo de igual para igual, sem aventura financeira e sem abrir mão da nossa identidade associativa”.

  • Antonio Roque Citadini: “Um clube que deve o que deve o Corinthians não consegue competir. O único trabalho dele é fazer um grande ajuste nas suas contas e passar a ter equilibrado o seu orçamento. Enquanto ele não tiver equilibrado o seu orçamento, ele não consegue competir. É essa a prioridade do Corinthians, cortar despesas e equilibrar o orçamento”.

2) Se for eleito, o torcedor do Corinthians pode contar com a contratação de grandes jogadores ou terá que se acostumar com um time mais modesto?

  • André Castro: “Não trabalho com promessas vazias. Todo reforço será avaliado dentro da nossa realidade e do planejamento de médio e longo prazo. Aporte dará condições de investir em atletas que fazem a diferença, mas vamos olhar bem o critério técnico deles e com responsabilidade financeira. Queremos o Corinthians competitivo acima de tudo, mas que seja sustentável. Não adianta contratar nomes de impacto e isso comprometer o futuro do clube”.

  • Antonio Roque Citadini: “Enquanto nós não tivermos o equilíbrio do orçamento, e eu acho que além da gente fazer bastante economia, uma coisa bastante equilibrada, nós precisaremos de um novo Profut. O Corinthians deve trabalhar com um novo Profut, como teve em 2015, e ele deve vir acompanhado de duas medidas importantes: punição ao clube que tem reiterados déficits orçamentários, quer dizer, que fica devendo na praça. Esse clube tem que ser punido e punido o dirigente”.

3) Qual o seu plano para equacionar a dívida da Arena?

  • André Castro: “A nossa arena é um patrimônio fundamental para o clube e precisa ser tratada como tal. O acordo que estamos finalizando prevê o uso de parte dos recursos do aporte para equacionar a dívida da arena, garantindo um alívio imediato e uma segurança jurídica. Além disso, teremos um modelo sustentável de contrapartida, com naming rights, respeitando o parceiro atual, mas vamos sentar e conversar as melhores condições. E várias ativações comerciais que gerarão novas receitas para o clube. A meta é resolver o passivo de forma definitiva e transformar a arena em um ativo ainda mais valorizado”.

  • Antonio Roque Citadini: “A arena não é problema, a Arena é uma solução para o Corinthians. A dívida é com a Caixa. Dá para pagar, só tem que administrar bem o estádio. O que nós temos que resolver são as outras dívidas: atraso de salário, atraso de imposto, atraso de fornecedores. Esses, sim. Mas no caso da Arena não é problema”.

4) O Corinthians deve tomar o caminho de virar uma SAF?

  • André Castro: “Não. O Corinthians é e um continuará sendo dos corintianos. Sou totalmente contra transformar o clube em SAF. Esse modelo significa abrir mão do controle da nossa história e entregar o futuro da instituição a interesses externos. Nosso projeto mostra que é possível atrair grandes investidores para assim reorganizar as finanças e fortalecer o futebol, mas sem abrir mão da nossa natureza associativa. A democracia corintiana é um valor inegociável e o clube seguirá sendo dos sócios e dos torcedores”

  • Antonio Roque Citadini: “SAF você só pode pensar quando você está bem, porque senão você faz uma SAF vagabunda. Não adianta nem falar em SAF com o Corinthians devendo o que deve, proibido de fazer contratação, com essa crise que vive, não é possível falar de SAF”.

5) É possível honrar um contrato como o que foi feito com Memphis Depay e já se tornou público?

  • André Castro: “O Memphis é um grande jogador e tem todo o nosso respeito como profissional. Mas qualquer decisão do contrato dele ou de qualquer outro atleta será tomada com base em uma avaliação técnica e financeira. Isso tudo sendo trabalhado com critério e profissionalismo com a comissão técnica e o departamento de futebol. Posso garantir que o Corinthians terá responsabilidade. Vamos equilibrar o nosso amor e paixão com a racionalidade para o clube ser competitivo sem comprometer a saúde financeira. Mas do que nomes individuais, o foco é montar um elenco forte, equilibrado e sustentável”.

  • Antonio Roque Citadini: “Eu acho que qualquer contrato que for feito tem que ter a perspectiva de honrar. O que o clube não pode fazer é contratar seguidamente e não pagar, aí ele vai criando uma bola de dívida que não dá para resolver”.

Além da eleição presidencial, os membros do Conselho Deliberativo escolherão também o novo vice-presidente do órgão, posto vago desde a renúncia de Roberson de Medeiros.

O pleito terá três nomes na disputa: Leonardo Pantaleão, Rodrigo Vicente Bittar e Peterson Ruan Ramos.

Segundo prevê o estatuto do Corinthians, compete ao vice-presidente presidir a Comissão de Ética do Conselho Deliberativo, posto que esteve no centro do noticiário político alvinegro nos últimos anos por conta do processo de destituição conduzidos contra Augusto Melo.

Há a expectativa de que o mesmo órgão esteja no centro dos holofotes nos próximos meses após o CORI (Conselho de Orientação) recomendar a abertura de processo de apuração sobre suposto uso irregular de cartão corporativo do clube por Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians.

Existe a possibilidade de que a Comissão de Ética do Conselho Deliberativo receba recomendações de apuração pelo mesmo caso envolvendo Duilio Monteiro Alves, também ex-presidente do Timão.

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