Durante uma audiência realizada na Itália nesta quarta-feira, 13, a deputada licenciada Carla Zambelli (PL-SP) sentiu-se mal e precisou ser encaminhada a um posto de saúde, o que resultou no adiamento da sessão. Advogados da parlamentar relataram que ela teve uma tontura logo no início do encontro, situação que exigiu assistência médica imediata.
Detida desde 29 de julho, Zambelli permanece na penitenciária feminina de Rebibbia, em Roma, onde, depois da última audiência, foi autorizada a receber medicamentos. A defesa informa que a parlamentar enfrenta a Síndrome de Ehlers-Danlos, doença rara que compromete a estabilidade muscular e articular.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
No encontro adiado, a equipe de advogados pretendia sugerir que ela aguardasse o julgamento do processo de extradição em um apartamento na capital italiana, sob medidas cautelares. A audiência também teve a presença do advogado italiano Alessandro Gentiloni, que representa a Advocacia-Geral da União, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.


O juiz do Tribunal de Apelação de Roma determinou que a deputada passe por perícia médica em caráter de urgência até a próxima sexta-feira, 22. Segundo o pai de Zambelli, que estava presente no momento da prisão, a filha sofre de mais de 10 doenças, que incluem a síndrome da taquicardia postural ortostática, que a fez ser internada no ano passado.
Audiência de Zambelli foi remarcada para o final de agosto
Uma nova audiência foi marcada para 27 de agosto. Ela permanecerá presa até lá. A deputada foi condenada, em maio deste ano, a dez anos de prisão, acusada de invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça com o hacker Walter Delgatti.
O pedido de extradição foi formalizado pelo Ministério do Interior da Itália, órgão equivalente ao Ministério da Justiça do Brasil, em 12 de junho. Com a prisão, cabe a um tribunal italiano analisar se existem condições legais para a extradição, com avaliação de toda a documentação e a sentença referente ao crime de invasão de dispositivo eletrônico.
Depois da decisão do tribunal sobre a extradição, o processo retorna ao Ministério do Interior, que comunicará o resultado à Embaixada do Brasil na Itália. Caso a extradição seja autorizada, inicia-se a etapa logística para transferência da parlamentar ao Brasil.