O CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, publicou nesta quarta-feira, 20, um comunicado informando que a varejista global não vai mais comercializar carne proveniente do Mercosul“. O bloco reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A carta tem como destinatário Arnaud Rousseau, presidente da Federação Francesa dos Sindicatos de Agricultores. No documento, Bompard não detalha se a medida refere-se a todas as lojas do Carrefour na Europa ou se limita ao Carrefour França.
Política de compras não muda, diz Carrefour Brasil
Em entrevista ao site g1, o Carrefour Brasil disse que a decisão em “nada muda as operações no país”. Assim, sugere o posicionamento, os supermercados do grupo em território nacional irão continuar comprando carne principalmente de frigoríficos brasileiros.
A filial brasileira não informou, contudo, o volume de compra e venda de carne do Mercosul ou do Brasil. Em nota, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou que rechaça as declarações do CEO do Carrefour.
A pasta afirmou que “reitera a qualidade e compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas”. O governo acrescenta que o Brasil atende aos padrões “rigorosos” da União Europeia. Afirma, do mesmo modo, que o bloco compra e atesta, por meio de suas autoridades sanitárias, a qualidade das carnes do país.
Além disso, o ministério diz que apresentou à União Europeia propostas de modelos eletrônicos. Esses modelos contemplam as etapas iniciais do Regulamento de Desmatamento da União Europeia para a rastreabilidade da pecuária brasileira.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) lamentou a declaração de Bompard. A entidade considerou a fala contraditória, “vindo de uma empresa que opera 1,2 mil lojas no Brasil, abastecidas majoritariamente com carnes brasileiras”.
A instituição destacou ainda que a medida coloca em risco o próprio negócio, uma vez que a produção local não supre a demanda interna. A Abiec informa que, em 2023, o Brasil respondeu por 27% das importações de carne bovina da União Europeia e o Mercosul, por 55%.
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