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Carta Voz do 10º CNMA para COP30

Ao final do 10º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), uma mesa de conclusões e síntese foi constituída com Juliana Lopes, diretora de ESG e Compliance da Amaggi; Karla Spotorno, jornalista da Agência Estado; Paula Packer, chefe da Embrapa Meio Ambiente e Marcello Brito, secretário enviado especial para a COP30, a quem coube ser o porta-voz das conclusões do painel, que contou com a minha moderação como curador do CNMA.

Karla Spotorno destacou a existência de um sentimento positivo em relação à COP30 como uma vitrine para o país, ressaltando a importância de o evento ser realizado num ambiente de floresta, enquanto as três últimas COPs ocorreram em biomas semiáridos. A profissional relatou que problemas estruturais, como logística e acomodações, ocorreram em todas as edições e deixou uma expectativa e visão positivas, enfatizando que o Brasil tem um ano de presidência da COP30 a partir do início do evento em novembro de 2025, em Belém (PA). “Portanto, é um ponto de partida e não de chegada”, salientou.

Com uma vasta experiência concreta no grupo Amaggi, Juliana Lopes ressaltou os ganhos positivos que o Brasil já tem como um ativo ambiental ao cumprir compromissos ambientais e climáticos extraordinários, como o Plano ABC – Agricultura de Baixo Carbono, plantio direto e avanços no sistema Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF), que contribuem para o aumento da produtividade reduzindo a utilização de áreas para a agropecuária.

Paula Packer reforçou os saltos extraordinários do Plano ABC e como o plantio direto e o sistema ILPF possibilitam mostrar ainda mais a contribuição brasileira para mitigar efeitos das mudanças climáticas. Pesquisas realizadas como pecuária carbono neutro farão parte cada vez mais da moderna gestão do agro nacional, que terá todas as condições de ser o maior protagonista e líder do diálogo da mudança climática.

Marcello Brito destacou que precisamos de uma inteligência de mercado na condução dos aspectos ambientais e climáticos com o mundo e que isso pressupõe estratégias de negociações e de comunicação para todo o planeta, considerando os diferenciais existentes em nossa realidade tropical, não apenas de grandes grupos empresariais, como também de pequenas comunidades ribeirinhas no próprio bioma amazônico. Para ele, “ao Brasil cabe liderar e reunir o mundo num sentido evolutivo, da busca de harmonia na condução sustentável da economia” e considera estar no desafio racional, mental e de consciência digna da vida na Terra, o fator exponencial vital para a presidência brasileira nesta próxima COP30.

Como grande síntese da mesa que encerrou o congresso, ficamos com o dever de afirmar: “mulheres agro brasileiras que mudam a qualidade de vida do planeta para melhor”. Isso significa a união da produção de nutrientes para a vida ao lado de saúde para todo o planeta Terra.

Finalizamos com a síntese que Marcello Brito definiu, se transformando em porta-voz do 10º CNMA para a COP30:

  • Adaptação climática e agro, conectando ciência, produção e finanças;
  • Energia, indústria e transporte – a transição;
  • Florestas, oceano e águas;
  • Cidades, pois a COP do clima não se resume ao sistema do agronegócio, envolve toda a economia e a sociedade;
  • Sistemas alimentares cada vez mais bio-orientados;
  • Dimensão social da transição;
  • Financiamento e tecnologia como tema transversal.

Como grande mensagem, ressaltamos a proposta visionária de Marcello Brito ao afirmar: “cabe ao Brasil conquistar a justa percepção que merecemos, obtendo reconhecimento dos demais stakeholders mundiais, muito mais do que numa auto-exacerbação egocêntrica que, ao invés de conquistar corações e mentes, termina por afastá-las das boas realidades nacionais ainda não percebidas. Precisamos de competência e inteligência emocional no diálogo mundial”.

José Tejon

*José Luiz Tejon é jornalista e publicitário, doutor em Educação pela Universidad de La Empresa/Uruguai e mestre em Educação Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie.


Canal Rural não se responsabiliza pelas opiniões e conceitos emitidos nos textos desta sessão, sendo os conteúdos de inteira responsabilidade de seus autores. A empresa se reserva o direito de fazer ajustes no texto para adequação às normas de publicação.

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