No Cerrado piauiense, a startup Caryonutri transforma a casca do pequi em farinha nutritiva, promovendo sustentabilidade e geração de renda para comunidades extrativistas.
O que antes era descartado como resíduo agora pode se tornar um produto valioso, fortalecendo a economia local e incentivando práticas ambientais responsáveis.
Deyse Mascarenhas, médica veterinária, professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) e CEO da empresa, apresentou o produto no evento promovido pelo Sebrae/AP, Inova Amazônia Summit 2025, realizado em Macapá (AP), em maio.
Ela explicou que o processo envolve a coleta, higienização, desidratação e transformação da casca do pequi em farinha. Além de agregar valor ao pequi, a iniciativa conscientiza produtores sobre o potencial econômico desse recurso.
“Nós compramos a casca por R$0,20 a unidade. Porém, como muitas comunidades extrativistas ainda não têm consciência do valor nutritivo, elas acabam doando as cascas”, conta Mascarenhas.
A startup busca ampliar essa percepção, mostrando que a comercialização da casca pode ser uma alternativa viável para aumentar a renda dos produtores.
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O impacto da Caryonutri vai além da economia. A startup também promove ações educativas, incentivando práticas sustentáveis e o reaproveitamento dos recursos naturais.
“Nosso papel é mostrar que esse trabalho gera renda e preserva o Cerrado”, destaca Mascarenhas, ressaltando que o produto é fruto de pesquisas realizadas no Colégio Técnico de Teresina, instituição vinculada à UFPI, no curso técnico em agropecuária.
A farinha de pequi desenvolvida pela Caryonutri tem alto valor nutricional, sendo rica em fibras e vitaminas, contribuindo para uma alimentação mais equilibrada e saudável.
Com o mercado cada vez mais voltado para produtos sustentáveis, a expectativa é envolver mais comunidades e fortalecer a cadeia produtiva do pequi.