Marisa Lobo – 05/12/2024 13h10
Atualmente, é comum observar comportamentos de crianças que demonstram frustração quando seus desejos não são atendidos. Sim, infelizmente elas não têm tolerância à frustração.
Recentemente, um incidente em um voo chamou a atenção: uma criança chorou, porque queria trocar de assento com uma passageira que estava na janela. Só que o assento, segundo as regras da companhia aérea, é comprado; e a moça se recusou a cedê-lo. Como resposta, ela foi xingada pela mãe da criança, que a acusou de falta de empatia.
Embora muitos possam sentir simpatia pela criança, é essencial também considerar a perspectiva da passageira, que estava simplesmente exercendo seu direito sobre o assento que havia comprado.
Essa situação levanta um ponto importante sobre a educação dos filhos e a responsabilidade dos pais. Desde cedo, é fundamental que os pequenos aprendam que nem sempre terão tudo o que desejam. A vida é repleta de limitações e desafios, e entender isso pode ser um bom caminho para ajudá-los a se tornarem adultos resilientes e empáticos.
Pais desempenham um papel crucial na formação de seus filhos. Ao oferecer limites e ensinar a lidar com a frustração, podem ajudar a moldar uma personalidade mais equilibrada. Quando uma criança aprende que não pode simplesmente ter tudo o que quer, começa a desenvolver habilidades importantes, como a empatia, a compreensão e a capacidade de negociar. Além disso, aprender a respeitar as decisões dos outros é uma lição que carregará por toda a vida.
A passageira do avião, por sua vez, estava apenas exercendo seu direito. Não devemos esquecer que cada um de nós tem suas próprias necessidades e limitações. Ao ceder sempre, corremos o risco de criar um ambiente no qual as crianças não reconhecem a importância do respeito mútuo nas relações.
A frustração é uma parte inevitável da vida, e é por meio dela que aprendemos valiosas lições de paciência e autoconhecimento. Os pais têm a responsabilidade de preparar os filhos para essa realidade, ajudando-os a entender que a vida é repleta de desafios, e lidar com eles faz parte do processo de crescimento.
Portanto, ao educar nossos filhos, vamos lembrar da importância de estabelecer limites e de ensinar que a vida nem sempre seguirá o caminho que desejamos. Esse entendimento servirá não apenas para o dia a dia, mas também para que cresçam como indivíduos mais respeitosos e conscientes.
Atitudes construtivas da mãe que poderiam ajudar a criança
– Ensinar sobre frustração: a mãe poderia ter usado a situação como uma oportunidade para ensinar à criança sobre a frustração e a importância de aceitar que nem sempre conseguimos o que queremos, ter uma conversa sobre como é normal sentir-se decepcionado, mas que é importante saber lidar com isso.
– Ensinar respeito ao próximo: em vez de confrontar a passageira, a mãe poderia ter demonstrado respeito pela decisão dela, e não usar isso para insultá-la. Ao fazer isso, estaria mostrando à criança que todos têm direitos e necessidades que devem ser respeitados. A mãe poderia ajudar a criança a pensar na perspectiva do outro.
– Conversa acalmada: em vez de reagir de forma defensiva, e no caso agressiva, a mãe poderia ter conversado calmamente com a criança, explicando a situação e ajudando-a a encontrar maneiras de lidar com a decepção de forma saudável, desviando o foco.
– Apoiar: é importante validar os sentimentos da criança, mas ao mesmo tempo orientá-la sobre como lidar com essas emoções. A mãe poderia confortar, mas também incentivá-la a encontrar soluções alternativas, como focar em algo que a fizesse feliz durante o voo.
Essas abordagens não só ajudariam a criança a aprender a lidar com frustrações, mas também promoveriam um ambiente de respeito e compreensão entre todos os envolvidos na situação.
Orientação final: não se leva uma criança em viagens sem ter à mão coisas que a deixam feliz; por exemplo, frutinhas, brinquedos, livrinhos, mantinhas etc. Os pais devem se preparar adequadamente para controlar as variáveis, e desviar o foco dos filhos de situações que podem trazer desgaste, não apenas para eles, mas também para àqueles à sua volta.
Lembre-se somos seres sociais e o respeito deve ser mútuo!
Marisa Lobo possui graduação em Psicologia, é pós-graduada em Filosofia de Direitos Humanos e em Saúde Mental e tem habilitação para Magistério Superior. |
* Este texto reflete a opinião do autor e não, necessariamente, a do Pleno.News.
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