O Bahia perdeu por 3 a 0 para o Atlético-MG, nesta quarta-feira (5), pela 32ª rodada do Brasileirão. Após a partida, o técnico Rogério Ceni ficou na bronca com a arbitragem.
Em mais um desabafo, o comandante do Bahia não economizou nas críticas ao falar do uso do VAR na partidas do Brasileirão. A reclamação maior foi por uma entrada de Junior Alonso em Michel Araújo.
Na ocasião, no primeiro minuto de jogo, o defensor do time mineiro deu uma solada no tornozelo do atleta tricolor. O lance não foi interpretado como violento pela arbitragem.
Além disso, a expulsão de Kanu foi alvo de reclamação. Segundo Ceni, o árbitro de vídeo é quem decide quem vai ganhar os jogos.
“Com 30 segundos tem um lance (pisão do Alonso no Michel Araújo) mais claro que isso para uma expulsão, no Brasil, não vai acontecer. Mas o senhor Rafael Tracci, que é homem lá de cima, se não me engano, que esse fica escondido. Esse é o que está escondido no ar condicionado, que teve a coragem de chamar o lance de uma expulsão subjetiva do Kanu, que segundo o jogador, que nós não sabemos se iria encontrar a bola no ponto futuro, aonde encontraria. Esse senhor decidiu o jogo no dia de hoje”, começou Ceni, em um longo desabafo.
“Mas nós vamos ficar aqui e o futebol brasileiro vai continuar da mesma maneira. Então, esse jogo não começou hoje. E o Atlético-MG, dentro dos seus direitos, e corretamente na minha opinião, que também não vale para nada nesse sentido. O Vitor Hugo foi expulso injustamente contra o Internacional. Então, hoje o jogo é ditado em um ritmo. Eu só me pergunto ‘esse cara do VAR, que viu o pisão, que rasgou o meião, na altura da canela do Michel, ele vai para cara e vai acontecer o quê?’. Nós perdemos o jogo e temos que vir aqui responder, o Botafogo ganhou e encostou, o Fluminense joga amanhã contra o Mirassol. E esse senhor vai fazer o quê? O que vai ser feito com ele? Porque a arbitragem do jogo achei legal, fluiu o jogo, deixou o jogo correr. Ele, na hora, sequer deu um cartão amarelo do cara. O cara do VAR não teve a coragem, porque o jogo era aqui, e o Atlético-MG teve um jogador expulso entre os 15/20 minutos contra o Internacional. E hoje eles vêm aqui para fazer esse serviço que fizeram. Então, o VAR… não é que o árbitro é ruim, esqueça isso, temos bons árbitros, tem boas arbitragens sendo feitas. Mas o senhor Rafael Tracci no VAR, o que acontece com ele?”, criticou Ceni.
“Como ele (Tracci) vai explicar que ele não chamou o árbitro sequer para o vídeo para ver o lance que o Alonso pisa, não digo que foi por maldade, mas aquele lance é de expulsão clara. Então, o futebol brasileiro caminha para onde está devido a isso. Sabe o que vai acontecer? Nada. E no próximo nós vamos fazendo tudo de acordo com quem foi prejudicado. Esse é o futebol brasileiro. Então, a análise do jogo tem a parte tática e técnica que a gente pode fazer em outras perguntas, mas a realidade, a verdade do futebol é isso. Você me diz que o lance do Michel Araujo é mais propício para vermelho ou o do Kanu? Mas o do Kanu, que o árbitro, vou te fazer o que ele fez (gesto de seguir o lance com a mão), amarelo e o bandeira está à frente dele, amarelo. Todo mundo amarelo. Mas o senhor Rafael Tracci teve a coragem, porque ele é muito corajoso, aqui, no campo do Atlético-MG, de chamar para o pênalti (expulsão na verdade) do Kanu. E nisso se resume a arbitragem do futebol brasileiro”.
“Repito, tem bons árbitros, ótimas arbitragens, nem acho que a arbitragem tenha sido equivocada hoje. Um jogo que deixou correr. Mas o VAR, hoje, decide para o lado que ele quer. O lado que vai vencer o jogo é a interpretação que o VAR resolve no futebol brasileiro”, finalizou.
Em campo, o Atlético-MG aproveitou a superioridade númerica com Kanu expulso aos 7 minutos da segunda etapa e aplicou 3 a 0. Hulk, Igor Gomes e Biel marcaram os gols.


