A torcida do Fluminense embalou um grito para o camisa 9 da equipe: “Chuta, Everaldo”. Nos confrontos contra o Ulsan HD e Borussia Dortmund no Mundial de Clubes, o atacante deixou de finalizar para o gol em duas oportunidades. E o pedido tomou as arquibancadas.

O técnico Renato Portaluppi defendeu o centroavante e avaliou ser contrário aos gritos da torcida. “É muito difícil ser cobrado em campo e ter a confiança para jogar”, disse o treinador, na entrevista coletiva após o jogo contra o Ulsan.

Experiente, Everaldo já passou por 14 clubes em mais de quatro países. Em 2016, estava no Água Santa, onde atuou na histórica goleada de 4 a 1 em cima do Palmeiras, no Campeonato Paulista. A partida era a estreia de Márcio Bittencourt à frente da equipe de Diadema. “Foi um jogo memorável, a gente conseguiu uma bela vitória. E o Everaldo fez gol, me ajudou muito ali naquela situação”, disse o técnico, à ESPN.

Na avaliação de Márcio sobre o período em que trabalharam juntos, o camisa 9 do Flu não tinha medo de finalizar. “Ele até arrematava demais. Ele era um jogador que se tivesse oportunidade batia bem na bola. Sempre foi um menino bom demais, trabalhador, sempre corria atrás dos objetivos”.

No Japão, foi a fase com melhor média de gols de Everaldo. Na temporada de 2020, marcou 18 gols em 36 partidas pelo Kashima Antlers. Um gol a cada dois jogos. Sob o comando da equipe estava Antônio Carlos Zago, que não poupa elogios ao jogador.

“É um jogador de força física, é um jogador que briga muito, pressiona bem, é um jogador voluntarioso. O Everaldo está entre os melhores atacantes que nós temos no Brasil nesse momento”, disse à ESPN.

Zago acredita que o principal problema é a confiança do atleta. “Vi o pessoal criticando ele no jogo contra o Borussia Dortmund, que ele saiu ali cara a cara. Ali, na minha opinião, ele tinha que finalizar. Talvez, ele não passe por um momento onde a confiança é grande e aí ele quis dar a bola para o outro companheiro.”

Zago e Márcio contam dois fatores que podem fazer Everaldo conquistar o torcedor do Flu: personalidade e Renato Gaúcho.

“Ele é gauchão, daqueles ‘gauchão invocado’, por isso que ele tem essa garra, essa personalidade forte, essa vontade de vencer, é um cara que vai brigar, que vai lutar, que não vai deixar se abater por nada, para que ele possa encontrar o seu espaço no Fluminense”, disse Zago.

“O Renato é um grande treinador, vai saber usar ele no momento certo, como com vários outros jogadores que tiveram fases ruins, e depois voltaram a retomar a carreira, voltaram a ser grandes ídolos”, finalizou Márcio Bittencourt.

Onde assistir ao Mundial de Clubes?

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