
A formação de um ciclone extratropical entre o Sul e o Sudeste do país mantém o alerta para temporais, ventos fortes e chuva volumosa ao longo do fim de semana. De acordo com o meteorologista Arthur Müller, do Canal Rural, o sistema está em processo de ciclogênese, quando uma área de baixa pressão se organiza até dar origem ao ciclone, e já provoca condições de tempo severo.
Nesta sexta-feira (7), o alerta é maior para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, sobretudo no oeste de SC, sudoeste do PR e centro-norte do RS, onde há risco de queda de granizo e rajadas de vento que podem superar os 100 km/h. Nessas áreas, também não se descarta alagamentos e deslizamentos, já que os acumulados podem ultrapassar 100 mm em 24 horas.
Ao longo da noite de sexta e durante a madrugada, as tempestades se deslocam para o interior de São Paulo e o sul de Mato Grosso do Sul, onde a Defesa Civil já mobiliza estruturas de prevenção em função do potencial de estragos, como queda de árvores, interrupção no fornecimento de energia e danos em lavouras. Müller reforça que a condição é de tempo severo, o que exige atenção mesmo que os fenômenos não ocorram de forma homogênea em todas as cidades. “O ciclone produz ventos amplos, capazes de derrubar árvores. Não significa que todo bairro será atingido, mas o risco geral é alto”, explica.
No sábado (8), a instabilidade avança para Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais. Nesses estados, também há chance de granizo e ventania intensa, inclusive na Grande São Paulo. Eventos de grande porte, shows ao ar livre e atividades expostas ao vento podem ser afetados. Já no Sul, a chuva se torna mais fraca e passageira ao longo do dia, permitindo gradualmente a melhora do tempo.
A partir de domingo (9), o ciclone se afasta e o tempo firma no Sul, em Mato Grosso do Sul e no estado de São Paulo. A frente fria associada ao sistema, no entanto, empurra a chuva para o interior do país, levando volumes entre 30 e 80 mm para áreas que vinham registrando estiagem, como norte de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e sul da Bahia, condição considerada positiva para as lavouras de grãos e pastagens em desenvolvimento.


