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Cientistas investigam massa de água que pode causar desastres no clima

Fenômeno pode deixar o inverno na Europa mais rigoroso que o normal. A massa de água fria não é recente e existe há mais de um século

Uma misteriosa massa de água, localizada ao sul da Groenlândia, tem indo contra a maré e esfriando

Uma misteriosa massa de água, localizada ao sul da Groenlândia, tem indo contra a maré e esfriando –

Embora na última década os oceanos estejam ficando cada vez mais quentes, uma misteriosa massa de água, localizada ao sul da Groenlândia, tem indo contra a maré e esfriando. Em estudo realizado pela Universidade da Califórnia em Riverside, nos Estados Unidos, e publicado em maio na revista científica Communications Earth & Environment, pesquisadores investigaram o fenômeno.

A área fria não é recente, existe há mais de um século e não se limita à superfície do oceano, se estendendo até três mil metros de profundidade. O tamanho dela mostra que não se trata de um fenômeno superficial ou temporário.

Para descobrir a massa de água, o climatologista Wei Liu e o oceanógrafo Kai-Yuan Li analisaram 100 anos de dados de temperatura e salinidade.

Após descobrir a área de água fria incomum, eles combinaram os dados e foram feitas simulações para tentar entender o fenômeno. Segundo os pesquisadores, a única explicação possível para o resfriamento persistente na região seria um cenário de enfraquecimento da Circulação Meridional do Atlântico (AMOC).

Impactos na AMOC são graves

A AMOC é um sistema de correntes oceânicas que transporta água quente e salgada do Atlântico para o norte, onde a água esfria, afunda e retorna ao sul, promovendo trocas térmicas e de salinidade importantes ao clima global.

A análise dos registros de salinidade da superfície marítima mostraram que, com o derretimento das geleiras, o volume de água doce no oceano aumenta, diminuindo a salinidade e a densidade da água. Os fatores interrompem o afundamento da água fria no norte e quebram o ciclo natural da AMOC.

Em cálculo, os pesquisadores descobriram que a AMOC passou de -1,01 para -2,97 milhões de metros cúbicos por segundo entre 1900 e 2005 — uma redução significativa na força de circulação.

Caso o sistema de correntes oceânicas pare completamente, monções oceânicas poderão ser interrompidas nos trópicos, provocando invernos mais rigorosos na Europa e América do Norte, impactos diretos nos ecossistemas e risco elevado à segurança alimentar global.

“Este trabalho comprova que a AMOC vem enfraquecendo há mais de um século, e essa tendência provavelmente continuará se os gases de efeito estufa continuarem aumentando”, conclui Li em comunicado.

Com informações de: Metrópoles.


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