O dólar fechou a R$ 5,91 nesta quarta-feira, 27, e atingiu a maior cotação da história ao superar o recorde anterior, de maio de 2020, quando estava em R$ 5,90. O valor foi impulsionado pela expectativa de anúncio de isenção de Imposto de Renda (IR) de até R$ 5 mil, que deve ocorrer nesta quarta-feira, 27.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se pronunciar em rede nacional na noite desta quarta-feira para detalhar o pacote fiscal. A medida, embora beneficie muitos pagadores de impostos, preocupa o mercado, que esperava um conjunto mais robusto de contenção de despesas. Representantes do governo já confirmaram que a isenção do IR será parte do pacote.
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Segundo a revista Isto É Dinheiro, além do impacto interno, fatores externos, como a política monetária dos Estados Unidos e a migração de investimentos para mercados seguros, influenciam a valorização do dólar. O Ibovespa, por sua vez, caiu 1,73% e fechou a 127 mil pontos.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que o pacote incluirá taxação de super-ricos e isenção de IR. Ele disse que a medida será “completamente diferente do que vinha sendo ventilado”.
“Estará tudo”, afirmou Marinho. “Supersalários, imposto para os super-ricos, vem tudo aí. Pacote completo.”
Aumento do dólar é reação do mercado
“O dia que deveria ser marcado pelo esperado pacote de contenção de despesas poderá contar também com um aumento considerável nos gastos do governo”, afirmou Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, à Isto É Dinheiro.
Lula já havia isentado rendas de até R$ 2.640, o que resultou em uma renúncia fiscal de R$ 36 bilhões anuais. A nova proposta pode aumentar esse impacto para até R$ 100 bilhões anuais, caso inclua faixas superiores de renda. Economistas alertam para a necessidade de medidas compensatórias para mitigar o efeito fiscal.
Desde o fim de 2023, quando o dólar fechou a R$ 4,85, a moeda norte-americana valorizou 22%.