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começa a Revolução de Xinhai, na China

A Revolução de Xinhai, ocorrida entre 1911 e 1913, foi um marco decisivo na história da China. O movimento culminou no fim da dinastia Qing e no estabelecimento da República da China.

Ela se desenrolou em meio a uma série de fatores sociais, econômicos e políticos que prepararam o terreno para uma mudança no sistema de governo do país e encerraram mais de dois milênios de domínio imperial.

A dinastia Qing, que governava a China desde 1644, era amplamente impopular entre a população. Os Qing eram de origem manchu, uma minoria étnica que governava sobre uma vasta maioria han, a etnia predominante na China.

Esse domínio estrangeiro era percebido como opressivo, agravado pelas derrotas da China nas Guerras do Ópio (1839-1842 e 1856-1860), que resultaram em tratados desiguais e concessões humilhantes ao Ocidente.

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No fim do século 19 e começo do século 20, a China estava à beira do colapso. A industrialização incipiente e a entrada de capital estrangeiro criaram tensões, à medida que os Qing faziam concessões a potências ocidentais e entregavam recursos e infraestruturas importantes, como ferrovias, para exploração externa.

Em 1911, a decisão do governo Qing de nacionalizar as ferrovias e concedê-las a bancos estrangeiros foi o estopim que mobilizou os setores descontentes da sociedade.

Mao Tsé-Tung, com o papel na mão, proclamando a República Popular da ChinaMao Tsé-Tung, com o papel na mão, proclamando a República Popular da China
Mao Tsé-Tung, com o papel na mão, proclamando a República Popular da China | Foto: Domínio Público

Além disso, as ideias revolucionárias se espalhavam. A primeira revolução russa de 1905 teve um grande impacto e inspirou muitos intelectuais e políticos chineses.

O principal deles foi Sun Yat-sen, que fundou a Liga Revolucionária (Tongmenghui) em 1905, com o objetivo de derrubar os Qing e estabelecer uma república.

Revolução de Xinhai

Em 10 de outubro de 1911, a revolta começou em Wuchang, uma cidade na Província de Hubei, quando soldados da Nova Armada, influenciados por ideias revolucionárias, se levantaram contra o governo Qing.

A rebelião rapidamente se espalhou para outras Províncias, e, em questão de semanas, cerca de 14 delas já haviam declarado sua independência do governo imperial.

O sucesso inicial da revolução deveu-se em grande parte à fraqueza do governo Qing, que não foi capaz de reagir de forma eficaz ao avanço revolucionário.

Além disso, a presença de arsenais e armamentos em cidades como Wuhan permitiu que os rebeldes ampliassem suas forças rapidamente.

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Em dezembro de 1911, os líderes revolucionários se reuniram em Nanquim e elegeram Sun Yat-sen como presidente provisório da República da China.

Enquanto isso, o governo Qing tentou resistir ao avanço revolucionário, mas acabou por recorrer a Yuan Shikai, um poderoso general que havia sido afastado da política.

Yuan, que possuía uma força militar considerável, foi nomeado primeiro-ministro e posteriormente envolveu-se em negociações com os revolucionários.

A consequência mais imediata da Revolução de Xinhai foi a queda da dinastia Qing e o fim do sistema imperial na China. Em fevereiro de 1912, o imperador Pu Yi, então com apenas seis anos de idade, abdicou do trono e encerrou mais de dois mil anos de monarquia.

A Revolução de Xinhai também abriu caminho para o surgimento de novos conflitos e desafios. Embora a república tenha sido proclamada, o país logo mergulhou em uma série de guerras civis e lutas internas entre facções militares e políticas.

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Yuan Shikai, que inicialmente aceitou a Presidência, tentou restabelecer a monarquia em 1915 e se autoproclamou imperador, mas sua tentativa fracassou e ele morreu em 1916.

Além disso, o movimento revolucionário que começou com o ideal de uma China democrática e progressista enfrentou inúmeras dificuldades.

Os anos seguintes à revolução foram marcados por guerras entre senhores da guerra e a interferência de potências estrangeiras, o que dificultou a consolidação de um governo forte e centralizado.

Mao-Tse-Tung, em 1963 | Foto: Reprodução/Wikimedia CommonsMao-Tse-Tung, em 1963 | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons
Mao-Tse-Tung, em 1963 | Foto: Reprodução/Wikimedia Commons

A Revolução de Xinhai é amplamente considerada como um ponto de virada na história da China. Embora não tenha conseguido criar uma república estável e democrática imediatamente, ela plantou as sementes para o desenvolvimento do pensamento republicano e nacionalista na China.

O movimento que começou com Sun Yat-sen eventualmente levou à criação do Partido Nacionalista (Kuomintang), que desempenharia um papel central na política chinesa nas décadas seguintes.

A Revolução de Xinhai marcou o começo do processo que culminaria na Revolução Comunista de 1949, quando o Partido Comunista Chinês, liderado por Mao Zedong, assumiu o controle do país.

Leia também: “Os chineses começam a plantar sementes de democracia”, artigo de Dagomir Marquezi publicado na Edição 142 da Revista Oeste

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