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Comer fora no Brasil pode subir até 10% com tarifas dos EUA

A Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) projeta que a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos (EUA) sobre produtos brasileiros pode resultar em um aumento significativo nos custos da alimentação fora do lar.

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A elevação deverá ser de até 10% no valor dos pratos em bares, restaurantes e lanchonetes ao longo dos próximos meses e anos. Entre os itens mais afetados estão café, carnes, pescados e suco de laranja. Os preços deverão ser reajustados no mercado interno.

Até o momento, o governo federal e setores afetados tentam negociar com a Casa Branca para evitar que o tarifaço entre em vigor. A promessa do presidente Donald Trump é de que as tarifas comecem a ser cobradas a partir de sexta-feira 1º.

A pressão internacional também reflete no câmbio: desde o anúncio da tarifa por Trump, o dólar subiu de R$ 5,40 para cerca de R$ 5,70, o que aumenta o custo das importações americanas e provoca ajustes nos preços de insumos utilizados por diversos setores no Brasil.

O impacto dessa sobretaxa não atinge apenas o comércio exterior, mas reverbera em toda a cadeia produtiva do agronegócio brasileiro, especialmente no setor alimentar, segundo a entidade.

De acordo com dados do Núcleo de Pesquisa e Estatística da Fhoresp, o café, por exemplo, poderá ter redução de até 30% em suas exportações, o que pode levar a uma alta de até 6% em seu preço no mercado interno. Carnes bovina, suína e pescados também tendem a sofrer ajustes para cobrir os custos gerados pela retração nas vendas externas.

Negociação das tarifas dos EUA

A Fhoresp, que representa mais de 500 mil estabelecimentos em São Paulo e congrega 20 sindicatos patronais, considera a medida norte-americana um golpe severo à cadeia do agronegócio e alerta para as consequências negativas que vão atingir diretamente o consumidor brasileiro, com mais caro pagar para comer fora.

Leia mais: “Trump vê pacote como ‘presente à América produtiva’”

Edson Pinto, diretor-executivo da federação, classificou a tarifação como “catastrófica” e reforçou a necessidade de uma postura diplomática e estratégica do Brasil para tentar reverter o quadro:

“Temos de colocar todos os cenários à mesa, para que o Brasil entenda o que pode estar por vir, inclusive, um quadro de recessão econômica”, alertou o dirigente.

“No médio e no longo prazos, o mercado interno deve sofrer com impactos em toda a cadeia produtiva, sobretudo no agronegócio”, acrescentou ele. “Por isso, a federação defende uma ação diplomática e estratégica em defesa dos interesses nacionais. Precisamos de menos bravata e de mais negociação diplomática.”


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