O telescópio Sistema de Alerta de Impacto Terrestre de Asteroide (Atlas), operado com recursos da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa), identificou em Rio Hurtado, no Chile, um cometa originário do espaço interestelar. O objeto, que se desloca na direção da constelação de Sagitário, recebeu o nome oficial de 3I/Atlas. No momento, o corpo celeste está a cerca de 670 milhões de quilômetros de distância.
Depois do registro inicial, astrônomos pesquisaram arquivos de outros três telescópios Atlas e da Instalação Transiente Zwicky, no Observatório Palomar, na Califórnia. Eles encontraram imagens do cometa registradas antes desta última descoberta. Desde o anúncio, diferentes observatórios ao redor do mundo seguem monitorando o objeto e enviando novos dados.
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O 3I/Atlas não representa ameaça à Terra. Ele permanecerá a pelo menos 1,6 unidade astronômica do planeta, o equivalente a cerca de 240 milhões de quilômetros. Atualmente, o cometa está a 4,5 unidades astronômicas (cerca de 670 milhões de quilômetros) do Sol. A maior aproximação da estrela deve ocorrer por volta de 30 de outubro, quando o corpo celeste ficará a 1,4 unidade astronômica (aproximadamente 210 milhões de quilômetros) da órbita de Marte.
Astrônomos de vários países seguem estudando o tamanho e as características físicas do cometa. A expectativa é que o corpo celeste continue visível a telescópios terrestres até setembro. Depois disso, deve desaparecer momentaneamente por se aproximar demais do Sol. O 3I/Atlas deve voltar a ser observado no começo de dezembro, ao surgir novamente no céu depois de cruzar para o outro lado da estrela.


- Terceiro objeto interestelar já detectado
O 3I/Atlas é o terceiro corpo vindo de fora do Sistema Solar, depois de ‘Oumuamua (2017) e 2I/Borisov (2019). - Tamanho estimado entre 10 km e 20 km
Com base no brilho observado, estimativas apontam para um núcleo de cerca de 10–20 km de diâmetro, tornando-o significativamente maior que seus predecessores. - Trajetória rápida e hiperbólica
Ele se desloca a aproximadamente 60–68 km/s (≈ 240 000 km/h) e segue uma trajetória hiperbólica — o que confirma sua origem fora do Sistema Solar. - Distância atual e segurança para a Terra
Agora, o cometa está a cerca de 4,5 UA (~670 milhões km) do Sol e nunca chegará a menos de 1,6 UA (~240 milhões km) da Terra — distância mais de 1,5 vez maior que a que nos separa do Sol. - Periélio em 30 de outubro de 2025
Ele atingirá sua maior aproximação ao Sol em 30 de outubro, chegando a cerca de 1,4 UA (≈210 milhões km), ainda dentro da órbita de Marte. - Atividade cometária detectada
O 3I/Atlas já exibe coma e uma cauda moderada; espera-se que essas características se intensifiquem conforme se aproxima do Sol. - Programa internacional de observação
Astrônomos em todo o mundo — incluindo o Instituto de Astrofísica de Canárias, Nasa, ESA, observatórios profissionais e amadores — estão monitorando o cometa com telescópios que vão do Hubble ao James Webb. - Período de visibilidade
Continuará visível com telescópios terrestres até setembro de 2025. Depois de se aproximar demais do Sol, desaparecerá temporariamente e deve ressurgir em dezembro
🧭 O corpo celeste que atravessa o Sistema Solar
- Tamanho incomum para objetos interestelares: com até 20 km de diâmetro, o 3I/Atlas oferece uma janela rara para estudar corpos grandes de origem exterior – muito maior que os objetos anteriores.
- Velocidade e órbita reveladoras: sua trajetória hiperbólica e alta velocidade apontam para origem fora de nosso Sistema Solar; isso ajuda a compreender a dinâmica de objetos interestelares.
- Composição e formação planetária: comparar sua composição com a de cometas do Sistema Solar poderá revelar semelhanças ou diferenças na formação de sistemas planetários alheios