Depois de passar por um dos momentos mais difíceis de sua carreira, Lucas Paquetá voltou à seleção brasileira em grande estilo: saiu do banco para anotar o segundo gol na vitória por 3 a 0 sobre o Chile, na última quinta-feira, em pleno Maracanã. Não à toa, será titular na partida desta terça-feira, às 20h30 (de Brasília), contra a Bolívia, na última rodada das eliminatórias.
Cenário este que parecia um tanto quanto distante há dois anos, quando o meia do West Ham foi denunciado pela Associação de Futebol da Inglaterra (FA) por envolvimento com apostas – e acabou inocentado dois anos depois.
Hoje companheiro de Paquetá na equipe de Carlo Ancelotti, Bruno Guimarães acompanhou de perto o drama vivido pelo amigo e por sua família.
Nascidos no Rio de Janeiro, os dois jogaram juntos no Lyon, de 2020 e 2022, e, desde então, fortaleceram uma amizade antiga e que vai muito além das quatro linhas.
Em entrevista exclusiva concedida à ESPN na Granja Comary, em Teresópolis, o volante do Newcastle contou como tentava ajudar o parceiro durante todo o processo.
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Bruno Guimarães lembra drama de Paquetá durante acusação de envolvimento com apostas: ‘Pareceu uma eternidade’
Em entrevista exclusiva à ESPN, Bruno Guimarães contou como ajudou Paquetá durante processo de acusação de envolvimento com apostas
”Desde o começo quando as coisas saíram, a gente se reunia e conversava. Não sei ainda se eu posso contar muitos detalhes do que envolveu, mas a gente estava se falando desde o começo. Eu, ele, minha esposa e a esposa dele conversamos bastante. A gente sempre tentou passar força, energia positiva para ele, sempre acreditando no Lucas, na versão dele e no irmão que ele é para mim”, afirmou.
”A gente até marcava de se encontrar para jantar e também sair pouco do mundo do futebol, porque como você falou, foram dois anos, mas para ele pareceu uma eternidade”, completou.
Em agosto deste ano, as acusações que pesaram sobre a carreira de Paquetá foram rejeitadas por falta de provas. Assim, após um longo período de incertezas se, de fato, poderia continuar jogando, acabou inocentado.
”Foi um momento difícil para ele, mas a gente sempre tentou estar do lado dele. Enfim, tiveram muitas trocas muito longas de choro, agonia, mas de uma grande felicidade também conforme as audiências iam acontecendo e ele ia ganhando. Foi algo que fortaleceu ainda mais a amizade que a gente tem”, declarou Bruno.
O retorno à seleção em grande estilo
O imbróglio na Inglaterra afastou também Lucas Paquetá da seleção brasileira. Ele não vestia a Amarelinha desde o dia 19 de novembro de 2024, no empate em 1 a 1 com o Uruguai, e tinha ficado fora da última lista de Dorival Júnior e da primeira de Ancelotti.
Após a absolvição, o meia foi chamado pelo treinador italiano e correspondeu com uma bela atuação diante do Chile. Entrou aos 25 minutos do 2º tempo e balançou as redes após uma grande jogada de Luiz Henrique. Por conta da boa atuação, inclusive, será titular contra a Bolívia nesta terça-feira.
Para Bruno Guimarães, o amigo, enfim, voltou a ser o Paquetá que conheceu lá atrás.
”Ele agora parece o Paquetá do Flamengo e do Lyon que eu conheci. Um moleque feliz, alegre e contente, que está sempre rindo e brincando. Ele começou a temporada com o pé direito, apesar de ser canhoto, fazendo muito gol”, comemorou.
”Se eu fosse ele, eu não conseguiria passar pelo que ele passou, uma angústia de não saber o que vai acontecer. A sua carreira estar em mãos de pessoas… É algo que você não pode controlar. Agora ele está feliz e com aquele sorriso no rosto de gratidão”, finalizou.
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