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Como é ensinar português a Ancelotti? Professor de técnico da seleção explica

Há pouco mais de dois meses, Carlo Ancelotti desembarcava no Brasil para um novo desafio em sua vitoriosa carreira: assumir a seleção brasileira. Desde então, o italiano de 66 anos, fluente em espanhol, inglês e francês pelos trabalhos em Real Madrid, Chelsea, Everton e PSG, tem feito aulas de português não só para se comunicar melhor com os atletas, como também para acelerar a adaptação ao país.

Apesar do pouco tempo, o treinador já até se arriscou a falar na nova língua ao divulgar a lista de convocados para os jogos contra Chile e Bolívia e também responder às perguntas na entrevista coletiva. O que poucos sabem, no entanto, é que algumas palavras, como os nomes dos talheres, foram grandes obstáculos nesse processo de aprendizagem.

“Tenho um professor muito bom, tento aprender o mais rápido possível. Não sei a nota que ele me dará depois desta coletiva”, disse o comandante da Amarelinha, com bom humor.

O professor citado por Ancelotti é Roberto Piantino. Fluente em sete línguas, o italiano de 45 anos, que mora em São Paulo, detalhou à ESPN como tem sido dar aula para ninguém menos que o técnico da seleção brasileira.

”O Ancelotti é extremamente dedicado, humilde e focado. Um dos lemas pessoais dele é que nunca se deve deixar de aprender, portanto fica fácil entende porque é uma lenda que venceu tanto no futebol ao longo das décadas de carreira no mais alto nível”, contou Roberto.

Até o momento, Ancelotti teve menos de 15 aulas, que começaram na primeira semana de julho, sempre por chamada de vídeo. A menos de um ano para a Copa do Mundo de 2026, o experiente treinador tem focado nos conteúdos ligados ao futebol.

”Eu montei aulas especificamente voltadas para o contexto do futebol, mas também conversamos sobre diferentes assuntos, a ampla maioria ligada ao futebol e detalhes sobre sua carreira, já que tenho o privilégio de acompanhá-la desde seus últimos anos como jogador até hoje”, disse.

Segundo Piantino, porém, a maior dificuldade de Ancelotti não foi com nenhum termo ligado especificamente ao mundo da bola, mas sim com algo que ele, dentro e fora da seleção, precisará saber para morar no Brasil.

”Causaram especial curiosidade os dias da semana, com as ‘feiras’, e também os nomes dos talheres, que são bem diferentes tanto do italiano, quanto do espanhol”, revelou.

Antes mesmo de começar a aprender o idioma, o treinador já tinha tido contato com diversos jogadores brasileiros nos clubes que dirigiu. No Milan, por exemplo, trabalhou com Dida, Cafu, Roque Júnior, Serginho, Emerson, Leonardo, Rivaldo, Kaká, Amoroso, Ricardo Oliveira, Ronaldinho Gaúcho, Alexandre Pato e Ronaldo. A sina se repetiu em praticamente todas as equipes, como o Real Madrid, em que teve o zagueiro Éder Militão e os atacantes Vinicius Jr. e Rodrygo.

Por conta disso, já começou a praticar o português tendo uma noção, ao menos, da parte escrita.

”Nas primeiras aulas, ele conseguia entender muito bem o português escrito, mas pelas particularidades da fonética da nossa língua, a fala e compreensão ainda eram um desafio”, afirmou o professor.

Ancelotti e sua ‘gomma da masticare’

Uma mania de Carlo Ancelotti chamou a atenção dos brasileiros: o treinador masca inúmeros chicletes durante as partidas da seleção, hábito que já era, inclusive, comum pelos clubes por onde passou.

Mas, afinal, como o italiano tem se comunicado para conseguir comprar gomas de mascar em seu novo país? Roberto Piantino conta que Carletto tem ‘se virado’.

”Não falamos ainda do famoso chiclete! Acho que não tenha encontrado dificuldades em conseguir algum, já que gomma da masticare e chicle são bem compreensíveis aqui”, brincou.

Ancelotti terá pouco menos de um ano para atingir fluência no português até o grande objetivo na seleção: a Copa de 2026.

Próximos jogos da seleção brasileira:

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