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Como futebol feminino ajuda a explicar Chelsea ‘milionário’ do Mundial

O Chelsea, que eliminou o Palmeiras e agora disputará a semifinal contra o Fluminense no Mundial de Clubes, é o clube que mais cedeu jogadoras para a Eurocopa feminina – competição que, assim como o torneio da Fifa, tem transmissão da CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+.

Pode não parecer, mas a força da equipe feminina do Chelsea tem ligação com a montagem do elenco de homens comandados por Enzo Maresca. Não é exagero dizer, por exemplo, que, se não fossem as mulheres, talvez João Pedro não tivesse sido contratado pelo equivalente a R$ 413 milhões.

A explicação passa pela demonstração financeira do Chelsea para a temporada 2023/24. Faltando apenas dois dias para o fechamento das contas, a Chelsea FC Holdings, empresa que comanda as operações do clube, vendeu o Chelsea Football Club Women Limited (CFCW, o time feminino) para a Blueco 22 Midco Limited, que pertence à Blueco 22 Limited, consórcio que comprou o Chelsea.

O negócio foi fechado por 200 milhões de libras (quase R$ 1,5 bilhão na cotação atual) e, mesmo envolvendo empresas ligadas entre si, permitiu o registro de um lucro de 198,7 milhões de libras no balanço. O Chelsea, então, fechou a temporada no azul em 128,4 milhões de libras.

Por que isso é importante? Em razão das regras de lucro e sustentabilidade (Profit and Sustainability Rules, em inglês) da Premier League, que estabelece o quanto os clubes ingleses podem registrar de déficit em suas contas em um determinado período. Foi esse regulamento, por exemplo, que fez com que Nottingham Forest e Everton perdessem pontos no campeonato nos últimos anos.

Ao transformar o que seria um ano de contas no vermelho para o azul, o Chelsea ganhou gás para ter liberdade de aumentar seus gastos na temporada seguinte sem infringir regras de fair play financeiro.

E o melhor: não fez nada de ilegal no movimento, já que não há qualquer regra da Premier League que impeça um clube de fazer isso – o Aston Villa, inclusive, fez a mesma coisa com seu time feminino na última temporada.

Isso não quer dizer, claro, que as regras não possam mudar, já que o movimento parece claramente se aproveitar de uma “brecha”. A Premier League tentou colocar o tema em pauta em junho de 2024, mas não teve votos suficientes dos clubes. Já há, por exemplo, um veto para que equipes não vendam seus centros de treinamento para registrar lucros tanto pela Uefa, quanto pela liga inglesa.

O time feminino, aliás, não foi o único recurso que o Chelsea vendeu com intuito de melhorar suas contas, mas outra “manobra” acabou sendo punida pela Uefa. Também em negócio entre “empresas-irmãs”, foram negociados dois hotéis para a Blueco, por 76,5 milhões de libras, mas a entidade europeia acabou multando os Blues em 20 milhões de euros (R$ 128 milhões na cotação atual) por isso.

Só que a multa não mexeu com a condição que o Chelsea criou para investir pesado na janela. O clube já é o que mais gastou para a próxima temporada na Europa, com 243,7 milhões de euros (R$ 1,5 bilhão) em reforços. Além de João Pedro, já apareceram no Mundial Liam Delap (titular contra o Palmeiras, que custou 35,5 milhões de euros), Dario Essugo (€ 22,3 milhões) e Mamadou Sarr (€ 14 milhões).

Completam ainda a lista de contratações Jamie Gittens, que disputou o Mundial pelo Borussia Dortmund; Estevão, do Palmeiras; e Kendry Paez, ex-Independiente Del Valle, que se transfere agora que completou 18 anos.

Voltando à equipe feminina, o Chelsea é indiscutivelmente o clube mais bem-sucedido da Inglaterra, com seis títulos seguidos da Super League, o principal campeonato nacional. Na última temporada, o time ainda conquistou a segunda “Tríplice Coroa” em quatro anos, com a Copa da Inglaterra e da Liga.

A justificativa oficial do Chelsea para a venda da operação feminina foi fortalecer ainda mais o time e permitir até outras fontes de arrecadação – como já aconteceu com a entrada de Alexis Ohanian, fundador do site Reddit, no negócio, comprando cerca de 10% da equipe por 20 milhões de libras.

Na Euro feminina, que acontece na Suíça até o dia 27 de julho, o Chelsea é o terceiro clube que mais cedeu jogadoras, sendo base da atual campeã Inglaterra – mas que estreou com derrota para a França. Foram 14 convocadas no total, mesmo número da Juventus, da Itália, e abaixo apenas de Barcelona, da Espanha (17), e Bayern de Munique, da Alemanha (16).

Onde assistir ao Mundial de Clubes?

O Mundial de Clubes tem transmissão ao vivo pela CazéTV, disponível sem custo adicional no Disney+

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