A diferença no número de vítimas entre os ataques realizados por Israel e os disparos de mísseis contra o território israelense tem gerado questionamentos sobre a natureza dos armamentos utilizados e a eficácia das defesas em cada lado do conflito.
Em vídeo divulgado nas redes sociais neste sábado, 21, o cientista político André Lajst, presidente-executivo da organização Stand with Us Brasil, explicou os principais fatores que contribuem para a disparidade nos efeitos letais dos ataques.
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Segundo Lajst, é incorreto afirmar que não há mortes em Israel durante os confrontos. “Morreram já dezenas de pessoas desde o início da guerra contra o Hamas, já morreram dezenas de pessoas desde o início da guerra entre Irã e Israel, esses mísseis matam, destroem, mutilam, deixam as pessoas órfãs”, afirmou.
Ele destacou que os alvos dos ataques não fazem distinções. “Incluindo árabes, incluindo cristãos, esses mísseis não fazem distinção entre judeus, árabes, palestinos ou israelenses”, afirmou o cientista político.
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Israel investe em proteção para reduzir mortes
O principal motivo para o número reduzido de vítimas em território israelense, segundo o especialista, é o investimento maciço em sistemas de defesa e proteção civil. “Israel valoriza a vida”, disse.
“Israel investe bilhões de dólares em um sistema de alerta, em alarmes, na defesa civil, em mensagens, em SMS, em alertas pelo celular que tocam mesmo se o celular estiver em silencioso, em bunkers dentro das casas”, afirmou.
Lajst explicou que construções mais recentes em Israel contam com um cômodo específico voltado à proteção em caso de ataques. “Cada apartamento construído que seja relativamente novo em Israel tem um bunker dentro do apartamento, é um quarto chamado Miklat“, informou.
“É um quarto fortificado que, no momento de uma sirene, a família é orientada a entrar nesse quarto, fechar a porta, a porta é blindada, e esse concreto é extremamente mais fortificado do que qualquer outra parede na casa”, disse. Essas medidas, segundo ele, elevam substancialmente as chances de sobrevivência. “É esse o motivo pelo qual existem menos mortes em Israel.”
Além das diferenças estruturais, Lajst ressaltou que há uma disparidade nas intenções e alvos dos ataques. “Enquanto que o Irã joga mísseis balísticos ao léu, mirando em civis, Israel está mirando em alvos militares dentro do Irã.”
Ele afirmou ainda que Israel adota medidas para reduzir danos à população civil, mesmo do lado inimigo: “O Irã bloqueou o acesso à internet da sua própria população, porque a população iraniana estava seguindo a página em persa do exército israelense que avisa os iranianos aonde eles vão atacar para a população civil sair e ir buscar abrigo.”
Para Lajst, tanto o regime iraniano quanto grupos como o Hamas se beneficiam da tragédia de civis em sua estratégia política. “Assim como o Hamas em Gaza, quanto mais aumentar o número de civis mortos, melhor para sua narrativa”, concluiu.
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