Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho. Não precisa entender os motivos pelos quais o torcedor do Barcelona tem uma relação especial com jogadores brasileiros. Se o nome começa com R, então, parece meio caminho andado. Cabe a Raphinha agora carregar esse legado.
Protagonista de um Barça envolvente e ofensivo, o meia-atacante é a cara de um time que sonha com uma temporada de sucesso e que chega embalado para o primeiro El Clásico. Neste sábado (26), a partir das 16h (de Brasília), com transmissão ao vivo do Disney+ Premium, o líder de LALIGA encara o rival Real Madrid para provar que o embalo de início não é fogo de palha.
É aí que entra Raphinha. Vice-artilheiro do time com nove gols, dos quais três contra o Bayern de Munique, na rodada passada da Champions League, o camisa 11 precisou superar as desconfianças para ir de criticado a um dos capitães da equipe de Hansi Flick. Uma trajetória que quase foi interrompida pelos desejos de deixar o clube em busca novos ares.
“Teve vários momentos [que pensei em sair], não foi um só. Meus primeiros seis meses aqui, que foi o período até a Copa, não tive meus melhores inícios de temporada. Muita desconfiança sobre mim mesmo. Tenho uma mania muito feia de me autocriticar muito pesadamente. Então, essa cobrança fez eu pensar em sair”, admitiu o atacante, em entrevista exclusiva à ESPN.
“Depois da Copa, eu tive uma virada de chave muito grande, de conseguir grandes números em seis meses. E na temporada passada, depois das lesões que eu tive, vendo que o clube queria me vender, que os torcedores queriam que eu fosse embora, acaba passando pela cabeça sair e ir para um lugar onde não tenha pressão, mas futebol não tem graça sem pressão”.
Raphinha não teve, de fato, um início dos sonhos na Catalunha. Comprado após duas grandes temporadas no Leeds United, ele chegou em um momento de turbulência da equipe e teve dificuldades para conseguir o seu espaço.
As desconfianças continuaram até meses atrás. De férias após defender a seleção brasileira na Copa América, Raphinha acompanhou no noticiário os rumores de que o Barcelona estava de olho em jogadores para sua posição. Isso não o abalou.
Tudo mudou a partir da pré-temporada. Com Hansi Flick, Raphinha ganhou uma liberdade que jamais teve no Barcelona. Deixou a ponta direita para se aventurar pela esquerda e também pelo meio, algo que ele torceu o nariz no início, mas que se tornou o segredo de sua retomada.
São nove gols e mais seis assistências em apenas 13 jogos no ano, algo que o deixa perto de superar o próprio recorde no Barça, pois balançou as redes dez vezes nas temporadas anteriores. Já que o gol tem sido uma constante, nada melhor do que ele acontecer contra o Real Madrid, o que faria de Raphinha o 20º brasileiro diferente a deixar sua marca no clássico mais badalado do mundo.
Em uma história com nomes pesados dos dois lados, o camisa 11 do Barça quer também o seu lugar. E, para isso, aposta que a melhor maneira é não mudar nada do que tem sido feito até agora.
“Nossa maneira de jogar é arriscada, mas na minha opinião, se fizer o que é trabalhado, tem tudo para dar certo, independente de onde for jogar e contra quem for jogar. Não tem porque mudar. Claro que precisa de cuidados importantes que o clássico pede, afinal tem grandes jogadores do outro lado que podem resolver o jogo, mas o trabalho está sendo feito de uma maneira espetacular”.
Raphinha analisa como Barcelona deve jogar El Clásico contra o Real Madrid: ‘Consciência do que podemos fazer’; VEJA
Real Madrid e Barcelona se enfrentam neste sábado (26), às 16h (Brasília), no Santiago Bernabéu, pela 11ª rodada de LALIGA
Veja todos os brasileiros que fizeram gol em Real Madrid x Barcelona:
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Vinicius Jr. (Real Madrid) – 7 gols
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Evaristo de Macedo (Barcelona e Real Madrid) – 6 gols (todos pelo Barcelona)
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Ronaldo (Barcelona e Real Madrid) – 6 gols (2 pelo Barcelona, 4 pelo Real Madrid)
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Giovanni (Barcelona) – 5 gols
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Rivaldo (Barcelona) – 5 gols
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Ronaldinho Gaúcho (Barcelona) – 5 gols
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Neymar (Barcelona) – 3 gols
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Romário (Barcelona) – 3 gols
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Marcelo (Real Madrid) – 2 gols
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Roberto Carlos (Real Madrid) – 2 gols
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Rodrygo (Real Madrid) – 2 gols
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Sonny Anderson (Barcelona) – 2 gols
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Canário (Real Madrid) – 1 gol
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Casemiro (Real Madrid) – 1 gol
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Daniel Alves (Barcelona) – 1 gol
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Julio Baptista (Real Madrid) – 1 gol
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Malcom (Barcelona) – 1 gol
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Pepe (Real Madrid) – 1 gol
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Philippe Coutinho (Barcelona) – 1 gol