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Como tragédia com ônibus do Brasil de Pelotas mudou a vida de Odair Hellman: ‘Fui buscar uma nova carreira’

A tragédia com o ônibus do Brasil de Pelotas, no dia 15 de janeiro de 2009, foi responsável pelo “nascimento” do técnico Odair Hellmann, que hoje dirige o Athletico-PR na busca pelo acesso na Série B do Brasileirão.

Há 16 anos, o então volante Odair havia acabado de ser contratado pelo Brasil de Pelotas depois de duas temporadas em Hong Kong. Pouco antes do início do Campeonato Gaúcho, o Xavante viajou para realizar um amistoso contra o Santa Cruz, na cidade de Vale do Sol, que fica a 315 km de Pelotas.

Na volta para casa, o ônibus com a delegação xavante tombou na BR-392, em Cangaçu, e caiu em uma ribanceira. O acidente resultou em três mortes – o zagueiro Régis Gouveia, o atacante e ídolo Cláudio Milar e o preparador de goleiros Giovani Guimarães – e 18 jogadores feridos. Entre eles estava Odair Hellmann.

Foi justamente aí que a vida de Odair mudou. Com muitas dores, o então volante decidiu pendurar as chuteiras depois do acidente e deu início a carreira de treinador. Após trabalhar como auxiliar na base do Internacional e também da seleção brasileira, subiu para o profissional e teve a sua primeira oportunidade em 2017.

Em entrevista à ESPN, Odair Hellmann se emocionou ao lembrar o acidente. O treinador revelou que pendurou as chuteiras e iniciou a carreira de treinador por causa da tragédia, que mudou também a sua forma de encarar a vida.

“Lembro de tudo. Acabo até me emocionando porque foi um momento muito difícil. Aquele dia eu lembro de tudo, porque não desmaiei, tomei muita pancada. Após o acidente eu tenho mais dificuldade de andar de avião e de ônibus. Na viagem contra o Athletic (para São João del Rei), eu fui 4 horas com o motorista, porque eu estou vendo a pista e me passa segurança, se eu for lá atrás, qualquer curva talvez eu volte para aquele momento”, contou.

“Então ficou muitas coisas daquele acidente, emocionais, psicológicos, que estou procurando tratar. Eu tenho a imagem que é eu em posição de criança nascendo, o que eu não estava, pois estava batendo no ônibus. Eu dizia para mim mesmo que não iria morrer. Eu não morri, mas infelizmente perdemos três amigos. Gostaríamos de não ter perdido ninguém, mas pela gravidade podíamos ter problemas maiores”, comentou o treinador.

“Me lembro que o ônibus parou, o ar-condicionado estourou e eu achava que ia explodir, então eu queria sair o mais rápido possível das ferragens. O Darnley me puxou pelos cabelos, puxei minha perna e consegui sair. Fiquei deitado no mato olhando para o céu. Uma cena que nunca vou esquecer: tinha um preparador físico e um roupeiro ajoelhados e agradecendo a Deus”, continuou.

“Me abalou, mudou a minha vida, mudou a minha carreira. Lembro com emoção, mas me lembro das vitórias que aquele acidente trouxe para mim, me fazendo mais fortalecido, um profissional que foi buscar uma nova carreira e venceu nela. Eu quero viver intensamente e ver o hoje faz a diferença”, encerrou Hellmann.

Depois de passar por Internacional, Fluminense e Santos, o treinador retornou ao Brasil para dirigir o Athletico-PR após duas temporadas na Arábia Saudita. Com Odair Hellmann no comando, o Furacão superou os momentos de altos e baixos até engrenar e entrar de vez na briga pelo acesso.

Em sétimo lugar, o Athletico-PR tem 49 pontos e pode entrar no G-4 da Série B do Brasileirão neste sábado (19), em caso de vitória no clássico contra o Coritiba, às 18h30 (de Brasília), no Couto Pereira, pela 33ª rodada, com transmissão ao vivo do Disney+.

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