A El Al Israel Airlines registrou um lucro recorde de US$ 545 milhões em 2024, quase cinco vezes acima dos US$ 117 milhões obtidos em 2023. Com a maioria das companhias estrangeiras suspendendo voos para Israel devido à guerra em Gaza, a El Al se tornou uma das únicas operadoras a manter rotas para Tel-Aviv.
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Isto garantiu à companhia uma posição dominante no mercado em meio à crise. A receita da empresa cresceu 37% no ano, com um total US$ 3,4 bilhões. As informações são da Reuters.
A empresa foi alvo de críticas por parte de passageiros, que a acusaram de praticar preços abusivos. Porém a CEO da El Al, Dina Ben Tal Ganancia, defendeu a estratégia tarifária adotada em meio ao conflito. “A El Al manteve uma política rígida de preços durante a guerra, com valores máximos fixados e tarifas uniformes para destinos-chave.”
A companhia de Israel também justificou o aumento na demanda e nas tarifas com o impacto da escassez global de aeronaves, motores e peças, somado ao colapso parcial da malha aérea no país.
“O cancelamento contínuo de voos por parte de companhias estrangeiras em 2024, devido à situação de segurança volátil, nos forçou a lidar com uma demanda sem precedentes.”
O número de passageiros transportados pela El Al subiu 19%. Alcançou 6,6 milhões em 2024. O preço médio por passagem aumentou 14% em relação ao ano anterior. Já a taxa de ocupação das aeronaves saltou de 86% para 94%.
A receita por assento disponível cresceu 24%. No quarto trimestre do ano, a empresa teve lucro líquido de US$ 130 milhões, três vezes maior que os US$ 40 milhões no mesmo período de 2023.
Com a retração do tráfego total no Aeroporto Ben Gurion, que caiu 34% em 2024, a participação da El Al no terminal quase dobrou. Chegou a 48% do total de passageiros.
A companhia também reposicionou sua malha aérea e aumentou frequências para a América do Norte, Europa e Ásia, enquanto interrompia temporariamente voos para destinos considerados menos estratégicos.
Outras companhias em Israel
Mesmo diante do início do retorno de empresas estrangeiras depois do cessar-fogo entre Israel e o Hamas, a El Al estabeleceu metas ousadas para 2030.
Tem o objetivo de alcançar US$ 4 bilhões em receita anual e manter 25% de participação no tráfego de passageiros do principal aeroporto do país.
As ações da companhia refletem esse desempenho. Subiram 3,4% no pregão de quarta-feira em Tel Aviv e já acumulam valorização de 42% em 2025, depois de um salto impressionante de 130% no ano anterior.
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Além da El Al, outras companhias aéreas israelenses como Israir, Arkia e Sun d’Or mantiveram em alta suas operações em 2024. Elas focaram em voos domésticos e em rotas regionais como alternativas.
Também ajustaram suas malhas aéreas para garantir o serviço mesmo com as restrições e a instabilidade no espaço aéreo internacional.