A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou nesta terça-feira (16) a compra emergencial de 110 mil toneladas de arroz por meio de contratos de opção de venda (COVs) ainda nesta safra.
A medida tem como objetivo conter a queda nos preços pagos ao produtor, que hoje giram abaixo de R$ 65 a saca de 50 quilos no Rio Grande do Sul. O valor estipulado pela Conab parte de R$ 73 em agosto e pode chegar a R$ 78 em outubro.
O anúncio foi feito na sede da estatal, em Porto Alegre, pelo presidente da Conab, Edegar Pretto.
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Denis Nunes, destacou que, embora a medida seja positiva no curto prazo, ela revela a fragilidade do setor frente às oscilações do mercado.
“Nos sentimos desconfortáveis ao depender de mecanismos públicos para escoar nossa produção. Precisamos de ações estruturais para competir de forma justa no Mercosul”, afirmou Nunes.
Entre os entraves apontados pela Federarroz estão fraudes na tipificação do arroz importado e a elevada carga tributária. A entidade recomendou, inclusive, a redução da área plantada como forma de ajustar a oferta diante da queda no consumo e dos estoques elevados.
A diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), Andressa Silva, disse que a volatilidade dos preços compromete a sustentabilidade de toda a cadeia produtiva. “Quando o arroz está caro, o consumidor migra para outros produtos. Quando está barato, perde valor de mercado. Isso impacta indústria, produtor e segurança alimentar”.