O mercado brasileiro de soja teve dois momentos distintos nesta sexta-feira (11). Antes da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os preços domésticos eram firmes e houve registro de negócios. Depois, as cotações passaram a recuar, travando o mercado.
No fechamento da sessão, os preços ficaram mistos, com os vendedores recusando baixar suas pedidas.
Preços da soja no Brasil
- Passo Fundo (RS): seguiu em R$ 134
- Região das Missões: estabilizou em R$ 133
- Porto de Rio Grande: seguiu em R$ 141,50
- Cascavel (PR): valorizou de R$ 138,50 para R$ 139
- Porto de Paranaguá (PR): se manteve em R$ 143
- Rondonópolis (MT): ficou em R$ 136
- Dourados (MS): permaneceu em R$ 136
- Rio Verde (GO): desvalorizou de R$ 131 para R$ 130
Soja em Chicago
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a sexta-feira em baixa, revertendo os ganhos iniciais e ampliando as perdas acumuladas ao longo da semana.
O ponto de reversão da recuperação técnica foi o relatório de outubro do USDA.
Relatório do USDA
O relatório trouxe números de safra e estoques norte-americanos acima do esperado, confirmando a produção recorde dos Estados Unidos à medida que colheita avança naquele país.
Completando o cenário baixista, a previsão é de chuvas nos próximos dias no Brasil, beneficiando o plantio e afastando os temores recentes de perdas de produtividade.
O relatório indicou que a safra norte-americana de soja deverá ficar em 4,582 bilhões de bushels em 2024/25, o equivalente a 124,7,8 milhões de toneladas. A produtividade foi indicada em 53,1,2 bushels por acre.
O número ficou acima da expectativa do mercado, de 4,572 bilhões ou 124,4 milhões de toneladas. Em setembro, a estimativa era de 4,586 bilhões de bushels ou 124,8 milhões de toneladas. A produtividade estava estimada em 53,2 bushels por acre.
Os estoques finais estão projetados em 550 milhões de bushels ou 14,97 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 542 milhões de bushels ou 14,75 milhões de toneladas. Não houve alteração na comparação com setembro.
Safra mundial de soja
O USDA projetou safra mundial de soja em 2024/25 de 428,9 milhões de toneladas. Em setembro, o número era de 429,2 milhões. Para 2023/24, a previsão é de 394,71 milhões de toneladas.
Os estoques finais para 2024/25 estão estimados em 134,7 milhões de toneladas, acima da previsão do mercado de 134,3 milhões de toneladas. No mês passado, a previsão era de 134,6 milhões de toneladas. Os estoques da temporada 2023/24 estão estimados em 112,4 milhões de toneladas. O mercado esperava número de 112,2 milhões de toneladas.
Para a produção brasileira, o USDA manteve as estimativas em 153 milhões de toneladas para 2023/24 e em 169 milhões para 2024/25. Para a Argentina, a previsão para 2023/24 foi mantida em 48,1 milhões. Para 2024/25, a estimativa é de 51 milhões de toneladas, sem alteração sobre o mês anterior.
As importações chinesas em 2023/24 foram elevadas de 111,5 milhões para 112 milhões de toneladas. Para a próxima temporada, a previsão é de um número de 109 milhões de toneladas, repetindo o mês anterior.
Contratos futuros
Os contratos da soja em grão com entrega em novembro fecharam com baixa de 9,25 centavos de dólar, ou 0,91%, a US$ 10,05 1/2 por bushel. A queda semanal superou 3%. A posição janeiro teve cotação de US$ 10,21 por bushel, com perda de 10,50 centavos ou 1,01%.
Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com baixa de US$ 1,00 ou 0,31% a US$ 315,10 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 43,33 centavos de dólar, com baixa de 0,43 centavo ou 0,98%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão em alta de 0,52%, sendo negociado a R$ 5,6139 para venda e a R$ 5,6120 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,5584 e a máxima de R$ 5,6534. Na semana, a moeda teve valorização de 2,91%.