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conheça a mulher que deve intensificar o protecionismo norte-americano

Referência global em políticas e estatísticas para o agronegócio, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) passará a ser comandado pela advogada Brooke Rollins, de 52 anos.

A nova presidente do órgão – posto similar ao ministro do Ministério da Agricultura e Pecuária no Brasil, guardadas as devidas proporções – será responsável por um complexo de, aproximadamente, 4.500 locais de operações nos Estados Unidos e no exterior e que emprega mais de 100 mil funcionários.

Apenas no Brasil, o USDA mantém três escritórios: o Office of Agricultural Affairs (OAA), em Brasília; o Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS), também na capital federal; e o Agricultural Trade Office (ATO), para a promoção de sua agroindústria, no consulado geral em São Paulo.

A escolhida do novo presidente Donald Trump para o cargo desbancou nomes tidos como favoritos em novembro de 2024, época da eleição norte-americana, como o atual comissário de agricultura do Texas, Sidney Carroll Miller, e Kip Tom, um tradicional produtor de milho e soja do estado de Indiana.

Escolhida de Trump para o USDA

Brooke Rollins e Donald TrumpBrooke Rollins e Donald Trump
Foto: Redes Sociais

Ao justificar a escolha, Trump destacou que Brooke sempre esteve ligada ao agronegócio. A vivência dela dá pistas dessa associação: cresceu em uma fazenda em Glen Rose, a cerca de 80 quilômetros de Fort Worth, no Texas. Nos verões, ia com a família para Minnesota, onde mantinham propriedade em que cultivavam milho, batata e soja. Além de direito, ela cursou desenvolvimento agrícola em 1994 pela A&M University.

No setor, interlocutores dizem que a nova chefe do USDA é vista como uma liderança apoiadora dos agricultores norte-americanos e uma defensora da autossuficiência alimentar do país.

Os discursos de Trump mostram que a nova mandatária do USDA terá como desafios sanar o aumento dos custos para os produtores locais e vencer as disputas comerciais entre os Estados Unidos e a China.

No início de janeiro, quando o nome de Brooke Rollins foi anunciado, uma coalizão de produtores rurais e líderes de grupos de fazendas enviaram uma carta ao Senado norte-americano pedindo a célere confirmação do nome dela ao cargo. O documento destacava o conhecimento da advogada sobre o agro e a sua experiência em política e negócios.

Protecionismo e impacto no Brasil

Apesar da trajetória de Brooke, o cientista político e professor Leandro Consentino, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), destaca que a escolha de Brooke para o USDA causou surpresa nele e na maioria dos analistas que conhece.

“Ela não possui experiência significativa no agronegócio, o que indica que a política agrícola do país será fortemente influenciada por Trump. A expectativa é de uma gestão mais protecionista, voltada para atender às demandas dos fazendeiros norte-americanos, o que pode gerar atritos com interesses comerciais do Brasil.”

Segundo ele, para enfrentar possíveis barreiras protecionistas, o Brasil precisa diversificar suas parcerias comerciais e buscar convergências em temas estratégicos com os Estados Unidos. “A agenda agrícola norte-americana sob Trump será desafiadora, mas o Brasil deve estar preparado para negociar pontos de convergência e encontrar alternativas onde houver conflitos de interesse”, conclui.

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