Em meio à disputa sobre o aumento do IOF, contas ligadas ao Partido dos Trabalhadores (PT) impulsionam críticas ao Congresso Nacional e ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o uso de vídeos gerados por inteligência artificial (IA).
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O movimento, que se intensificou depois de 17 de junho, explora conteúdos que chamam o Congresso de “inimigo do povo” e satirizam Motta como “Hugo Nem Se Importa”.
Segundo relatório da consultoria Bites, solicitado pelo jornal O Globo, o engajamento atingiu o ápice na quarta-feira 25, com 280 mil menções e 1,7 milhão de interações. Desde então, a linha argumentativa do governo reuniu 1,02 milhão de publicações e alcançou 6,03 milhões de interações.
É hora de rachar a conta Brasil de forma mais justa: quem tem mais paga mais. Quem tem menos, paga menos. E quem é a favor do povo, aprova essa ideia. pic.twitter.com/TCdjVDebrX
— PT Brasil (@ptbrasil) June 28, 2025
Influenciadores próximos ao governo, como Pedro Ronchi, além de veículos como Mídia Ninja e figuras como o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) e Joanna Maranhão, reforçam essas campanhas digitais.
Mobilização digital do PT e reação do Congresso


A página de esquerda Mídia Ninja ampliou o discurso favorável à taxação dos super-ricos e aderiu ao lema “Congresso inimigo do povo”. Em plataformas digitais, o grupo promoveu um chamado para manifestações marcadas para o próximo dia 10, que defender o governo e protestar contra o Congresso.
A tensão aumentou depois de o Congresso derrubar o decreto que previa o aumento do IOF, medida que visava a elevar a arrecadação diante das dificuldades fiscais do governo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a decisão de Hugo Motta de pautar a revogação, a qual classificou como “absurda”.


O PT convocou cerca de 300 influenciadores de esquerda para reunião virtual, que contou com a presença do senador Humberto Costa (PT-PE) e do deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), secretário nacional de comunicação do partido.
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Jilmar Tatto negou orientação para ataques ao Congresso e afirmou que o foco é a elite econômica. “Nós demoramos dois anos e meio para acertar essa embocadura, para mobilizar o governo, o PT, a nossa base social, os setores progressistas”, disse Tatto. “Infelizmente, nós demoramos dois anos e meio, mas agora acertamos, saímos das cordas.”
Durante o encontro, líderes sugeriram que perfis criassem conteúdos próprios, sem aguardar materiais oficiais. “Não tem que esperar o governo, não tem que esperar o PT, faça o que tem que ser feito”, afirmou um dos presentes. “É assim que funciona, entendeu? É meio que a gente deu uma largada, um chacoalhão, vamos todo mundo, eles querem guerra, vai ter guerra. Uhum, mobilizar, né? E aí é guerra de guerrilha.”