A COP 30, marcada para 2025 em Belém (PA), representa uma virada estratégica para o Brasil e, especialmente, para o agronegócio nacional. Pela primeira vez sediando a Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas, o país terá a chance de apresentar ao mundo como o agro pode ser parte da solução climática.
Mais do que discutir metas de redução de emissões, a COP 30 é uma oportunidade para mostrar resultados práticos, como integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), recuperação de áreas degradadas e projetos de agricultura de baixo carbono.
O agro como aliado da sustentabilidade
No Brasil, mais de 50% das florestas nativas protegidas estão em propriedades privadas. Isso significa que o produtor rural é também um guardião da biodiversidade, responsável direto por manter os recursos naturais que sustentam a vida e o próprio agronegócio.
A implementação de sistemas como o Código Florestal, aliada ao uso eficiente de recursos, reforça o compromisso do setor com a preservação ambiental. O desafio agora é escalar essas boas práticas e garantir remuneração justa por serviços ambientais.
Eficiência produtiva e governança
Produzir mais com menos é o princípio da sustentabilidade econômica e ambiental. A adoção de tecnologias que otimizam o uso de água, fertilizantes e energia permite ao produtor manter a competitividade sem abrir novas áreas. Além disso, propriedades bem geridas geram impacto social positivo: combatem o êxodo rural, fortalecem comunidades e contribuem com a economia circular.
Oportunidades e desafios diante das mudanças climáticas
As mudanças climáticas já afetam diretamente o campo: secas severas, enchentes e eventos extremos têm causado perdas de produtividade e riscos financeiros. Diante disso, o agro brasileiro tem investido em:
- Melhoramento genético de sementes
- Sistemas de irrigação mais inteligentes
- Consorciação de culturas e diversificação produtiva
- Monitoramento climático via satélites e sensores
Essas estratégias são essenciais para tornar o agro mais resiliente, mas exigem políticas públicas e financiamento contínuos.
COP 30 e mercados internacionais: o agro como diferencial competitivo
O agro brasileiro já exporta para mercados como a União Europeia, onde exigências ambientais e sociais são cada vez mais rígidas. Produtos com certificações de sustentabilidade, rastreamento de origem e comprovação de boas práticas têm maior valor agregado e são mais bem aceitos no exterior.
A COP 30 será uma vitrine para apresentar esses casos de sucesso e atrair investimentos verdes, além de pressionar por mecanismos de pagamento por serviços ambientais, reconhecendo o valor de quem conserva e produz com responsabilidade.
Caminhos futuros: do crédito de carbono ao serviço ambiental
O Brasil já conta com programas como o RenovaBio, que remunera produtores pela redução de emissões na cadeia dos biocombustíveis, e o Plano ABC+, focado na recuperação de áreas degradadas. Porém, ainda há espaço para avançar em políticas que:
- Incentivem o pagamento por serviços ambientais (PSA)
- Apoiem financeiramente a transição agroecológica
- Valorizem iniciativas de agricultura regenerativa
Confira a entrevista completa com Adriana, convidada especial no programa A Protagonista, e entenda, direto da fonte, como o agronegócio pode ser um agente decisivo no combate às mudanças climáticas. Ela compartilha cases reais, desafios do setor e as oportunidades que a COP 30 traz para o Brasil e para quem produz com responsabilidade. Não perca essa conversa inspiradora!