Punido pela Fifa com transfer ban pela dívida em relação à contratação de Félix Torres e sem poder se reforçar no mercado, o Corinthians viu o momento turbulento nos bastidores crescer com a notícia da cirurgia inesperada de Yuri Alberto.
O clube comunicou na última quarta-feira que o atacante foi submetido a uma operação após apresentar um quadro de hérnia inguinal. Com dores abdominais, o camisa 9 foi encaminhado ao pronto socorro de um hospital na zona sul de São Paulo.
Responsável pela cirurgia, o médico Walter Ayres Junior detalhou à ESPN o que é o problema que levou Yuri Alberto a precisar de uma intervenção.
“A hérnia inguinal é uma protrusão. A fragilidade na região inguinal que cria se uma profusão e às vezes cria um saco herniário, que o risco que tenha o intestino entrar dentro desse saco herniário, e que cria um estrangulamento”, detalhou o médico, apontando a diferença do um quadro específico para atletas.
“A hérnia do atleta é diferente da hérnia comum. É uma patologia diferente porque leva uma fragilidade da musculatura. Não tem esse risco de o intestino entrar, de fazer essa protrusão nessa região inguinal. Então a fragilidade na região inguinal. O atleta tem muito mais dor com a hérnia do atleta do que a hérnia propriamente dita. O atleta de alto rendimento força muito, tem muita explosão durante a atividade e durante o jogo. Então atrapalha muito o rendimento dele”.
Operado na quarta-feira, Yuri Alberto recebeu alta médica na quinta e iniciou o protocolo para retornar aos gramados.
Segundo apurou a ESPN com fontes ligadas ao clube, a expectativa é de que o atacante esteja à disposição de Dorival Júnior para o jogo de volta da Copa do Brasil diante do Athletico-PR.
Segundo Walter Ayres Junior, no entanto, o fundamental neste momento é que seja seguido o passo a passo previsto para o pós-operatório em casos de hérnia inguinal.
“A gente tem um protocolo para isso. São etapas que a gente segue. A primeira etapa é a da cirurgia. A cirurgia ocorrendo tudo bem, o atleta tem alta no pós-operatório e a gente já libera esse atleta. Ele vai para casa e logo após três dias, ele já inicia esse trabalho de fisioterapia, onde tem a sequência de trabalhos de cargas para o atleta voltar o mais rápido possível”, disse o médico, que evitou indicar um prazo para retorno às atividades em casos similares aos de Yuri Alberto.
“É muito relativo. Depende da recuperação em si. Não é uma coisa matemática. A gente tem experiência de atletas que voltam com 20, 30 dias. Depende muito da recuperação. Depende muito se a hérnia é unilateral, se a hérnia e bilateral”.
O “trunfo” em casos de atletas, contudo, está justamente na condição de preparação física, que auxilia no encurtamento do período afastado das atividades.
“A recuperação no atleta é bem mais rápida. É ruim porque ele força a musculatura e começa a ter dores para levar a essa cirurgia. Mas o lado bom é que, por ele ser atleta, a recuperação é bem mais rápida. O trabalho que ele faz para desenvolver para a evolução é bem diferente do paciente comum”, afirmou o médico, destacando a necessidade de atenção redobrada para atletas que são submetidos a este tipo de cirurgia para que o quadro não volte a acontecer.
“Existe a reincidência. Então tem que ser um trabalho muito bem feito no pós-operatório, com um fisioterapeuta que tenha experiência com a atleta para dar a carga na hora certa, para ter a recuperação na hora certa. A gente preza sempre por não ultrapassar etapas para diminuir esse risco dessa hérnia retornar e ter que operar novamente”.
A ausência de Yuri Alberto aumenta ainda mais a lista de desfalques do Corinthians para a partida contra o Bahia, neste sábado (16), pelo Campeonato Brasileiro.
Além do camisa 9, o técnico Dorival Júnior não poderá contar com André Carrillo (cirurgia após lesão ligamentar no tornozelo esquerdo), Hugo (recuperação de cirurgia de hérnia inguinal) e Memphis Depay (lesão de grau 2 no músculo posterior da coxa direita), além Cacá, Fabrizio Angileri e Ángel Romero, suspensos.
