Segundo apurou a ESPN, o Corinthians se animou com a possibilidade de renegociar a forma de pagamento da dívida pela Neo Química Arena, após o “sinal verde” dado nesta terça-feira (9) por Carlos Antônio Vieira Fernandes, presidente da Caixa Econômica Federal.
De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, o Timão já discutia opções com o banco estatal desde o ano passado. No entanto, devido ao “caos” da gestão Augusto Melo, que acabou retirado por impeachment, não foi possível avançar.
Pessoas ouvidas pela ESPN, no entanto, asseguraram que as conversas com a Caixa serão retomadas em breve, com o atual presidente alvinegro, Osmar Stabile, assumindo a dianteira das negociações ao lado do diretor financeiro Emerson Piovesan.
Como mostrou a reportagem mais cedo nesta terça, a Caixa Econômica Federal está aberta a renegociar com o Timão a forma de pagamento da dívida do estádio alvinegro.
Em entrevista exclusiva, Vieira Fernandes contou que soube pela imprensa das declarações de Romeu Tuma Júnior, presidente do Conselho Deliberativo do clube paulista, sobre o Timão não poder arcar com os pagamentos do atual modelo de parcelamento.
À reportagem, o presidente da Caixa afirmou que ainda não foi procurado pelo Corinthians, mas está aberto, a “qualquer momento”, a ter um diálogo para que o clube possa entender a proposta do banco sobre um fundo de investimento que possibilite à agremiação quitar a dívida e ainda ter “ganhos” com a operação.
“A última proposta de quando a gente conversou com o Corinthians é uma proposta com a seguinte racionalidade: nós aceitaríamos pegar a garantia da dívida, ela viria de um fundo de investimento e nós venderíamos cotas desse fundo de investimento na base de R$ 100 para os torcedores. Se você [Corinthians] diz que tem 35 milhões de torcedores, e pega 15 milhões desses torcedores com cada um comprando uma cota, e sei que tem gente que compraria muito mais do que uma, a R$ 100 sobraria dinheiro ainda para fazer um monte de coisa, além de pagar a dívida. Quitaria a dívida e ficaria com esse fundo com o estádio vinculado a ele. Tudo dentro de um fundo de investimento”, disse Vieira Fernandes
“O lucro do fundo seria do próprio Corinthians para eles fazerem o que quiserem. Mas quitaria a dívida. Eu tenho certeza que os torcedores do Corinthians estariam dispostos a contribuir para que isso acontecesse. Acho que isso revolucionaria a percepção sobre a administração de ativos dos clubes brasileiros”, completou.
O acordo atual entre Corinthians e Caixa foi assinado em 2022, ainda sob a gestão de Duílio Monteiro Alves.
No centro da renegociação esteve a ampliação na carência do pagamento do financiamento, com o clube iniciando o pagamento dos juros pelo repasse a partir de 2023. A quitação sobre o valor principal da dívida começou a ser pago apenas em 2025.
A dívida do clube em relação à Neo Química Arena está na casa dos R$ 710 milhões, sendo reajustada anualmente com base no CDI (Certificado de Depósito Interbancário), hoje em 14,9%, mais 2%.