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Corinthians se incomoda com juros altos e estuda deixar RCE para negociar dívidas direto com credores

A diretoria do Corinthians, presidida por Osmar Stabile, estuda deixar o RCE (Regime Centralizado de Execuções). Parte da gestão demonstra incômodo com a alta taxa de juros atrelada ao plano e avalia a possibilidade de abandonar o modelo.

O regime de pagamentos, criado para quitar uma dívida de R$ 367 milhões do clube com credores, prevê que os valores sejam corrigidos pela taxa Selic, atualmente em 15% ao ano.

Conforme apurou a Gazeta Esportiva, Stabile acredita que o Corinthians pode conseguir melhores condições de pagamento negociando diretamente com os credores, por meio de acordos individuais.

O presidente, inclusive, pediu ao consultor financeiro Rozallah Santoro e a outros dirigentes responsáveis pelo RCE que avaliem a viabilidade de deixar o regime.

Divergências com a antiga gestão

Integrantes da antiga diretoria, comandada por Augusto Melo, afirmam que recorreram ao RCE porque entendiam ser impossível negociar isoladamente com todos os credores.

Stabile, no entanto, considera que o clube deve ao menos tentar reabrir o diálogo direto.

RCE sob questionamento

A atual gestão também questiona critérios adotados pela administração anterior na formulação do plano. Osmar Stabile e seus pares discordam de parte das cobranças e da lista de credores incluídos no RCE.

Entre os valores contestados está um pagamento de R$ 700 mil à empresa Rede Social Media Design LTDA., da qual Alex Cassundé é sócio.

O montante seria referente a um contrato de intermediação no acordo de patrocínio com a casa de apostas VaiDeBet. Cassundé, posteriormente, foi denunciado à Justiça por associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto qualificado, tornando-se réu.

Além disso, o clube anulou na Justiça uma execução superior a R$ 22 milhões cobrada pelo empresário Giuliano Bertolucci, valor que fazia parte dos R$ 78,2 milhões incluídos por ele no RCE.

Entenda o RCE do Corinthians

O Corinthians abriu o processo do Regime Centralizado de Execuções há cerca de 10 meses, mas o plano ainda não foi integralmente aprovado. A proposta prevê o parcelamento de R$ 367 milhões em dívidas ao longo de 10 anos, com o objetivo de organizar as finanças e reduzir bloqueios judiciais.

O primeiro plano apresentado pelo clube previa o repasse de 4% das receitas recorrentes – como direitos de TV e patrocínios – e 5% das receitas com vendas de jogadores. A proposta foi rejeitada por alguns credores, que pediram elevação do percentual para 20%, algo que o Corinthians entende ser inviável.

Na sequência, o Corinthians apresentou uma nova proposta progressiva, com aumento gradual das porcentagens, da seguinte forma:

  • Receitas recorrentes: 4% no primeiro ano, 5% no segundo e 6% a partir do terceiro;

  • Receitas de vendas de atletas: 5% no primeiro ano, 6,5% no segundo e 8% a partir do terceiro;

Com o RCE, o clube busca previsibilidade nas despesas e alívio nas contas bloqueadas, enxergando o regime como um passo importante na reestruturação financeira.

No entanto, diante dos juros elevados e das divergências sobre os valores incluídos, a permanência do Corinthians no plano passou a ser colocada em dúvida pela nova gestão.

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