O Corinthians se manifestou publicamente pela primeira vez nesta quinta-feira (03) sobre os problemas enfrentados pela Esportes da Sorte, patrocinadora máster do clube, em regularizar operação no Brasil.
Em comunicado, o clube informou que formalizou “pedido de esclarecimentos sobre o status e os próximos passos do processo de regularização da operação”.
A empresa ficou fora da relação divulgada pela Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda (SPA-MF) com as casas de apostas com autorização para operar até dezembro, quando chega ao fim o período de transição antes de 1º de janeiro de 2025, quando começará o mercado regulado de apostas no Brasil.
“O Sport Club Corinthians Paulista reafirma sua confiança na Esportes da Sorte, nossa parceira de patrocínio, que vem cumprindo integralmente o contrato. O clube está em contato com a parceira e enviou um pedido de esclarecimentos sobre o status e os próximos passos do processo de regularização da operação. O clube permanece atento a qualquer evolução do caso, sempre priorizando os interesses da instituição e de nossa Fiel Torcida”.
A ESPN apurou que a Esportes da Sorte contava que o nome da empresa constasse na relação da Secretaria de Prêmios e Apostas após retificação, mas a nova atualização publicada nesta quinta-feira manteve a casa de apostas de fora.
A patrocinadora acertou em julho um contrato para três anos e um investimento de R$ 309 milhões em publicidade com o Corinthians. Além da camisa do futebol profissional, a empresa também expõe a marca nas equipes de futebol feminino profissional, futsal masculino profissional e basquete masculino profissional.
Dessa quantia, R$ 57 milhões são destinados aos salários do holandês Memphis Depay, que foi contratado sob o status de ‘reforço midiático’ através da parceria com a Esportes da Sorte.
Ainda que sem tratar o tema publicamente e destacando cláusulas confidenciais do contrato, fontes ouvidas pela ESPN admitem que o clube está resguardado em caso de rescisão do atual acordo caso a patrocinadora seja impedida de operar no Brasil.
“Nosso compromisso sempre foi com a transparência e em favor da regulamentação, tanto é que o Grupo Esportes da Sorte cumpriu com todas as exigências das portarias SPA/MF Nº 827/2024 e SPA/MF Nº 1.475/2024 e entregou toda a documentação correspondente dentro dos prazos estabelecidos nas respectivas portarias. Já estamos em contato com a Secretaria de Prêmios e Apostas para solicitar maiores esclarecimentos, uma vez que não existe qualquer impedimento legal para a continuidade da nossa atividade, que sempre ocorreu em conformidade às normas do Governo Federal”, apontou a Esportes da Sorte em comunicado à imprensa na última quarta-feira.
A Esportes da Sorte teve seu nome ligado à Operação ‘Integration‘, deflagrada no início de setembro.
A investigação da Polícia Civil de Pernambuco, que trata sobre lavagem de dinheiro e prática de jogos ilegais, teve como um dos alvos o empresário Darwin Henrique da Silva Filho, CEO da empresa.
A operação contou com mandados expedidos pela 12ª Vara Criminal da Comarca do Recife para sequestro de bens e valores, bloqueio judicial de ativos financeiros e outras medidas cautelares.
A plataforma de apostas online é desde 25 de julho a patrocinadora máster do clube, e ocupa espaço de destaque na camisa alvinegra. A empresa estampa também os uniformes de Bahia, Ceará, Náutico, Santa Cruz, ABC e Athletico-PR, além da equipe feminina do Palmeiras.