Os Correios colocaram à venda no mercado 66 imóveis, avaliados em R$ 860 milhões. A decisão marca o início de um amplo processo de liquidação de ativos, em meio ao pior resultado financeiro da estatal desde 2017. O portal Broadcast+ divulgou as informações.
O objetivo oficial é reduzir custos operacionais e reforçar o caixa, embora a empresa negue relação direta com os sucessivos prejuízos registrados. A estatal possui 2.369 imóveis espalhados pelo país, entre agências, centros logísticos e escritórios.
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Segundo informou por nota, os 66 ativos agora disponíveis para venda estão fora de uso. A alienação deve ser feita caso a caso, por meio de licitações ou negociações diretas.
Entre os bens ofertados, destaca-se o antigo clube dos carteiros, localizado na Asa Norte de Brasília. Avaliado em R$ 273 milhões, o terreno tem 212 mil metros quadrados e reúne piscinas, quadras esportivas, auditório e restaurante.
Os Correios informaram que o espaço estava abandonado havia anos, sem justificativa para continuar gerando despesas. Outro destaque do pacote é um prédio de 17 andares situado na Avenida Paulo VI, no Bairro da Pituba, em Salvador.


O imóvel está disponível por R$ 109 milhões. O site oficial da estatal exibe a lista completa das propriedades. A empresa afirma que a operação faz parte de uma reestruturação patrimonial, com foco na eficiência.
No segundo semestre, os Correios lançarão o marketplace “Mais Correios”, que pretende disputar espaço com gigantes, como Mercado Livre, Amazon e Shopee.
Correios ampliam estratégia diante de crise financeira
No entanto, o pano de fundo é o desequilíbrio nas contas. A estatal teve prejuízo de R$ 1,7 bilhão apenas no primeiro trimestre deste ano. Em 2024, o rombo foi de R$ 2,6 bilhões.
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Além das vendas, os Correios têm buscado alternativas para lidar com prédios icônicos atualmente inativos. Um exemplo é o Palácio dos Correios, no centro de São Paulo, que foi cedido à prefeitura sem cobrança de aluguel. O espaço abrigará o programa Smart Sampa, voltado ao monitoramento urbano com câmeras de reconhecimento facial.