Hernán Crespo segue no comando do São Paulo após a derrota para o Fluminense, por 6 a 0, nesta quinta-feira (27), pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. Em entrevista coletiva após a partida no Maracanã, o argentino afirmou que quer fazer parte da solução do clube para o futuro.
Com contrato até o final de 2026, Crespo espera que a diretoria comandada por Júlio Casares cumpra sua palavra. Em julho, quando foi contratado, o técnico foi avisado sobre a situação financeira frágil do clube. Para janeiro de 2026, porém, a promessa é de melhora.
“Foi a tempestade perfeita. Sobre o que vai acontecer… um resultado como esse pode acelerar as coisas do planeamento para 2026. Sabíamos que tínhamos muitas coisas para melhorar. Ao mesmo tempo, sabíamos que não tínhamos dinheiro, a diretoria disse isso para mim. Fui muito claro ultimamente. Estamos planejando o futuro, e eu tenho que ver claro como podemos fazer. Eu sei o que tenho que fazer. Estou esperando e confiando no que a diretoria falou, que até dezembro não teríamos dinheiro. Em janeiro, podemos começar a falar. Então vamos confiar”, disse.
“Neste momento que sabemos que temos que mudar, quero fazer parte. É confiar. Vamos ver se realmente vai ser assim, se as palavras que me falaram em julho serão confirmadas. Tenho que confiar e pensar no planejamento. Depois, o planejamento é só um papel, depois tem que fazer. Vamos ver o que podemos fazer, avaliar dia a dia. Se não tiver uma mudança muito grande”, completou.
Declarando seu amor ao São Paulo, Crespo afirma que o clube está vinte passos atrás em sua grandiosidade. Na visão do treinador, uma goleada como a dessa quinta-feira precisa servir de incentivo para, no mínimo, o primeiro passo em direção a uma evolução do clube.
“Se já começamos a entender o problema, ficarei muito contente se só dermos um passo. Para ser grande como o São Paulo, precisa de 20 passos. Mas já que começamos a entender o problema, temos que começar a caminhar. É confiar, participar do planejamento e vamos ver se dá certo. Se não, o São Paulo existirá para sempre. É muito grande. A responsabilidade é muito grande. Agora temos dois jogos, vamos tentar ficar em oitavo e torcer para o Cruzeiro e Fluminense (para virar G-8)”, afirmou.
“Acho que eu posso fazer parte da solução, tenho as coisas claras no papel. Temos que confiar que as coisas vão acontecer. Faz parte da minha vida. Não tenho uma explicação desse amor pelo São Paulo, é simples assim. Eu tento ajudar. O dia que a diretoria sentir que a gente não pode ajudar, vou embora ou talvez serei demitido pela segunda vez. Acho que posso ser parte da solução. Vão aproveitar isso? Não sei, não depende de mim. Mas neste momento, sim (há clima), a ideia é construir (o futuro)”, finalizou.
O São Paulo foi a campo contra o Fluminense com 15 jogadores no departamento médico. Sob o comando do técnico argentino, em sua segunda passagem, o Tricolor perdeu 13 partidas, venceu 12 e empatou outras 5. O aproveitamento atual é de 45,5%.
Com a maior goleada sofrida para o Fluminense na história do Brasileirão, o São Paulo terminará a competição precisando permanecer na oitava posição e torcendo para o G-8 para tentar uma vaga na fase prévia da CONMEBOL Libertadores 2026.


