Pedro Augusto – 18/03/2025 11h27

Nos últimos anos, a ideologia de gênero tem sido um dos temas mais discutidos na mídia, universidades e redes sociais. Impulsionada pelo movimento feminista e pelas teorias de Simone de Beauvoir e Judith Butler, essa abordagem questiona os chamados “estereótipos de gênero” e defende que as diferenças entre homens e mulheres são meramente construções sociais.
Se as características não biológicas de uma pessoa são moldadas pela cultura, como afirmam os defensores dessa ideologia, então haveria a possibilidade de uma incompatibilidade entre sexo e gênero.
Para resolver essa suposta desconexão, alguns profissionais defendem o uso de cirurgias de mudança de sexo e bloqueadores hormonais como solução para a disforia de gênero em crianças adolescentes.
Mas quem realmente sofre com essa condição?
Embora muitos associem o transtorno de identidade de gênero a adolescentes e jovens em fase de descobertas, crianças também estão sendo afetadas. Segundo o jornal britânico Gloucester Citizen, entre 2011 e 2016, o número de crianças diagnosticadas com disforia de gênero cresceu 1000%.
Apesar do forte lobby midiático em favor do uso de bloqueadores hormonais, muitos médicos – principalmente no exterior – alertam que essas intervenções não devem ser aplicadas em crianças e adolescentes. Os defensores dessas medidas afirmam que elas ajudam a evitar futuros casos de suicídio, mas essa narrativa é questionada por especialistas.
A dra. Michelle Cretella, diretora-executiva do American College of Pediatricians, aponta que 98% dos meninos e 88% das meninas que manifestam desconforto com seu gênero aceitam seu sexo biológico ao chegarem à adolescência. Além disso, segundo ela, não há evidências científicas que comprovem que a disforia de gênero seja a causa de suicídios.
Em um artigo publicado no Daily Signal, a médica critica o estudo Comportamento Suicida em Adolescentes Transgêneros, amplamente citado pela mídia. Segundo Cretella, o estudo falha em demonstrar que bloqueadores hormonais evitam o suicídio, pois sua amostragem é pequena e o tempo de análise, muito curto.
Ainda mais preocupante é um estudo sueco realizado ao longo de 30 anos que revelou que a taxa de suicídio entre transexuais é 19 vezes maior do que entre pessoas que não passaram por mudanças de sexo. Isso levanta uma questão fundamental: será que a mudança de gênero realmente melhora a qualidade de vida dessas pessoas?
A resposta pode estar em outra revisão científica. O Aggressive Research Intelligence Facility (ARIF), que analisa tratamentos de saúde para o National Health Service do Reino Unido, concluiu que não há evidências concretas de que a mudança de sexo beneficie os pacientes. A maioria dos estudos existentes foi mal elaborada, distorcendo os resultados a favor da transição de gênero. Além disso, pouco se estudou sobre alternativas como aconselhamento psicológico de longo prazo.
Outro ponto alarmante é o uso de bloqueadores hormonais, especialmente em crianças. Embora promovidos como uma solução “reversível”, estudos indicam que essas substâncias podem trazer riscos graves, como fraturas ósseas, câncer testicular, obesidade e impactos no desenvolvimento psicológico e cognitivo. Pesquisas também apontam que o uso prolongado desses medicamentos pode aumentar os riscos de diabetes, câncer, doenças cardíacas, coágulos sanguíneos e hipertensão arterial.
Em um evento do Heritage Foundation, Cretella foi categórica: “A castração química, que é o que ocorre ao administrar bloqueadores de puberdade em uma criança saudável, trata a puberdade como se fosse uma doença”.
Ela ainda acrescentou: “Ensinar crianças desde a pré-escola que podem estar ‘presas no corpo errado’ interfere em seu desenvolvimento cognitivo e no senso de realidade”.
Diante de todas essas questões, o debate sobre ideologia de gênero está longe de ser resolvido. Enquanto muitos defendem a transição de gênero como uma solução para a disforia, os estudos e especialistas sugerem que ainda há muitas perguntas sem respostas – e, que, as consequências dessas intervenções podem ser irreversíveis.
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Pedro Augusto é formado em Teologia pela Faculdade Batista do Rio de Janeiro e também em Jornalismo. |
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