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Crise do metanol completa um mês; 15 pessoas morreram

Em 30 dias, a intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas resultou em 58 casos confirmados e 15 mortes. O problema levou autoridades a reforçar fiscalização e acelerar protocolos de detecção.

Desde o primeiro registro, em 26 de setembro, hospitais-polo foram preparados para atender pacientes mesmo fora das regiões mais afetadas. Os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) lideraram a detecção, enquanto vigilâncias sanitárias e polícias atuaram nos pontos de venda. O tempo de análise laboratorial foi reduzido para agilizar o diagnóstico de intoxicações.

A contaminação teve origem na falsificação de bebidas, que utilizou álcool combustível adulterado com metanol. Postos responsáveis pelo fornecimento do combustível foram identificados em 17 de outubro, após ligação com casos graves em hospitais da capital paulista. “O primeiro ciclo foi fechado. Continuaremos a identificar a origem de todas as bebidas adulteradas”, afirmou o delegado-geral Artur Dian.

Investigação e tecnologia

O Instituto de Criminalística de São Paulo confirmou que a concentração de metanol era muito acima do normal em processos de destilação. O estado conta com centros de referência, como o Ciatox de Campinas e o Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (Latof) da USP em Ribeirão Preto.

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco desenvolveram o “nariz eletrônico”, capaz de detectar metanol em bebidas a partir de apenas uma gota. “O nariz eletrônico transforma aromas em dados que alimentam inteligência artificial para reconhecer cada amostra”, explicou o professor Leandro Almeida.

Impacto e ações legislativas

O consumo de bebidas caiu até 5% em setembro, segundo a Abrasel. Em São Paulo, uma CPI investigará a atuação das autoridades, e na Câmara dos Deputados o PL 2307/07 pode tornar crime hediondo a adulteração de alimentos e bebidas.

Até o último boletim, em 24 de outubro, 50 casos permaneciam em investigação e nove óbitos ainda não confirmados. Foram descartadas 635 notificações de suspeitas e 32 mortes que estavam sob análise.

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