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crise logística e altos preços ameaçam o evento

A Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP30), que ocorrerá em Belém, no Pará, corre o risco de ser mundialmente lembrada por seus problemas logísticos. Com menos de 100 dias para o evento, que espera atrair cerca de 50 mil participantes, o Brasil enfrenta críticas de delegações internacionais preocupadas com a falta de acomodações e os altos preços na cidade-sede.

Os organizadores da cúpula, em uma carta a países-membros das Nações Unidas (ONU), negaram a possibilidade de mudar a sede do evento. Eles afirmam que Belém já dispõe de leitos suficientes e descartam qualquer local alternativo.

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A decisão de manter a cúpula na Amazônia partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O petista quer mostrar a floresta “de verdade” aos líderes mundiais, em vez de realizar o evento em grandes centros como Rio de Janeiro ou São Paulo.

Desta forma, a questão da hospedagem se tornou o principal ponto de atrito. A organização listou 53 mil leitos disponíveis em Belém e arredores, incluindo hotéis, navios de cruzeiro, aluguéis de temporada e opções no Airbnb.

No entanto, os preços dispararam. O valor de um apartamento de um quarto em Belém, por exemplo, superou o de um quarto de luxo no icônico Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

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O ministro do Turismo, Celso Sabino, defendeu os preços, comparando-os com os de grandes eventos em outras cidades. Ele também expressou sua tristeza com o que ele chamou de “torcida contra Belém”.

“É preciso comparar com justiça e contexto”, disse Sabino.

Organizadores e hoteleiros defendem permanência da COP30 em Belém

Segundo os organizadores, o Brasil é uma democracia de mercado e não pode intervir nos preços do setor privado. Além disso, a preocupação com os altos custos não se restringe a delegações de países mais ricos.

Os preços podem excluir nações mais pobres, que compõem mais de um terço dos membros da ONU. Embora pacotes com tarifas reduzidas tenham sido garantidos para esses países, especialistas alertam que a crise logística pode minar a legitimidade do evento.

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Para mitigar a crise de acomodações, o governo vai disponibilizar dois navios de cruzeiro atracados no Porto de Outeiro, a 20 quilômetros do local do encontro. A organização garantiu que o trajeto levará no máximo 30 minutos, mas alguns participantes temem ficar isolados.

A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará defende a realização do evento em Belém, classificando as críticas como uma “campanha deslavada”.

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O presidente da associação, Tony Santiago, reconheceu que os preços aumentaram de três a quatro vezes, mas que os valores extremos estão sendo revertidos. Ele também defendeu a experiência de realizar a cúpula na Amazônia, para que os participantes possam sentir de perto a realidade da floresta.

O Brasil também decidiu dividir a programação do evento. A cúpula de líderes começará em 5 de novembro, antes das negociações oficiais, no dia 11. O objetivo é aliviar a pressão por acomodações para chefes de Estado e suas equipes.

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